Foto: Petras de Souza/ Rádio 730

O dia do professor, comemorado nesta segunda-feira (15) teve início quando uma pequena escola na Rua Augusta, São Paulo, decidiu dar descanso aos estudantes no dia 15 de outubro de 1947 e aproveitar a ocasião para que seus docentes fizessem o planejamento escolar do ano seguinte. A ideia mantida todos os anos por aquela escola alastrou-se e passou também a ser usada para homenagear os professores.

O decreto federal número 52 mil 682 de 14 de outubro de 1963, transformou a data em feriado escolar e completou o processo de afirmação da data como o dia do professor em todo o território nacional, mas será que há o que comemorar no dia de hoje? Para discutir esse assunto a Rádio 730 contou com a presença do doutorando em História pela Universidade Federal de Goiás, professor Rogério Lustosa e do doutorando em Ciências Políticas pela Universidade Federal de Minas Gerais, Francisco Tavares.

Ouça a entrevista na íntegra: {mp3}stories/audio/2012/Outubro/professores1510{/mp3}

Rogério Lustosa disse que não tem muitos motivos para comemorar a data: “a ONU tem monitorado a qualidade da educação em 127 países e o Brasil se encontra na 88ª posição atrás de países como Paraguai, Bolívia, Líbano, Equador, Panamá”. O professor menciona que para ministrar aulas a partir do 5° ano do ensino fundamental exige-se a formação em curso superior. Para ele o docente não ser graduado por uma instituição superior é uma das questões que agrava o problema educacional no Brasil. Outro ponto comentado é que as aulas apenas expositivas é um sistema falho, porque o estudante precisa ler e falar e não só ouvir. Por outro lado, Lustosa informa que nos últimos anos no Brasil houve mudanças significativas no ensino superior federal.

Francisco Tavares declarou que largou a advocacia para ser professor. “Hoje eu sou professor em dedicação exclusiva, pesquiso e escrevo. Quero dar aula e discutir pontos com estudantes. É óbvio que se sociedade e governo nos valorizassem mais, houvesse uma remuneração melhor com prestígio maior seria o ideal. Mas a profissão é prazerosa. O modo como o nosso país não prioriza a educação é traumático e claro. Nós custamos a pautar no Congresso Nacional o investimento de 10% do PIB na educação e também um piso unificado para todos os docentes e o que depois foi objeto de ação direta de inconstitucionalidade por parte de vários governos estaduais”, salientou.