O deputado federal, Zacharias Calil (DEM), explicou à Sagres 730 nesta quarta-feira (20) sobre os projetos em análise na Câmara dos Deputados que criam uma fila única para o atendimento de pacientes com Covid-19 em qualquer unidade de terapia intensiva (UTI) do País, pública ou privada. Segundo Calil, o assunto foi debatido por um grupo de trabalho, constituído por deputados federais para analisar a fila única e de que maneira poderiam atuar. Calil afirmou que seria como um sistema de regulação, onde haveria uma central e os pacientes seriam encaminhados de acordo com o número de vagas nos hospitais credenciados.

“Ficou para decidir hoje sobre valores e de que maneira isso seria feito, por meio do Ministério da Saúde, Estado ou município”, disse. “Porém queremos tirar o Ministério da Saúde, queremos deixar para o Estado e município sejam responsáveis pela triagem e encaminhamento dos pacientes […] porque problema do covid -19 é muito regional, tem Estados com a situações piores e outros melhores. Se a gente deixa na mão do Ministério da Saúde administrar isso, vamos perder a autonomia, e por isso precisa ser regionalizado”, afirmou.

Questionado se a proposta é de filas únicas regionais ou se haveria uma coordenação nacional para distribuição das vagas, Calil pontuou que durante a discussão entre os deputados, considerou-se que seria melhor regional. “Por exemplo, os hospitais colocam um número de vagas em uma central de regulação, à medida que fossem solicitadas através das unidades de atendimento, as vagas seriam distribuídas”, disse. “Formaria um política entre os hospitais privados e o Estado/município. Para isso, haveria um chamamento público com o valor para que eles recebam esses pacientes”.

A ideia de criar uma fila única para os leitos de UTI, nos moldes de como já ocorre com o transplante de órgãos no país, também está em discussão no Conselho Nacional de Justiça. A questão é que os próprios conselheiros ainda não sabem se compete ao órgão deliberar sobre o tema. O Conselho Nacional de Saúde, por sua vez, já discutiu a questão e, em 22 de abril, recomendou aos gestores do SUS que requisitem leitos privados, quando necessário, para garantir atendimento igualitário durante a pandemia.