(Foto: Sagres on)
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“Não é a eleição que vai decidir quem (que país) a gente vai ser. Somos nós quem vamos decidir quem nós vamos ser depois da eleição”. Assim a psicanalista Luciene Godoy explica sua convicção de que o Brasil pós-eleição deste domingo (28) não vai caminhar para uma mudança mais radical, mesmo na hipótese de o candidato Jair Bolsonaro (PSL) vencer a disputa, se a população não concordar com esse caminho. “Os principais personagens desta eleição não são Bolsonaro ou (Fernando) Haddad (PT). O grande personagem é o eleitor”, diz.
Em entrevista à Rádio Sagres 730 nesta quinta-feira (25) para explicar por que o país vive um clima intenso de polarização, com disputa entre familiares e amigos, além das torcidas dos candidatos, a psicanalista diz que a internet mudou a relação entre as pessoas. “Os séculos 19, e o 20 eram o da padronização, com líder e estrutura previsíveis. O século 21 é o do mundo horizontalizado, sem hierarquia e imprevisível”.
Ela explica que as mídias sociais deram mais poder às pessoas comuns e isso levou ao que a psicanálise chama de “agressivização” da sociedade. “A criança tem a fase da agressivação, que é quando ela descobre que tem poder e age como alguém empoderada. É a idade do não e isso é positivo. A sociedade passa por esse mesmo processo”, explica. Neste sentido, a psicanalista afirma que neste século 21 as pessoas tomaram para si a potência de decisão e saíram da passividade anterior”.
Por esse motivo as pessoas estão mais agressivas nesta campanha. “A mudança pode ser individual ou como grupo. O Brasil era visto como uma sociedade cordial. E continua no aspecto do acolhimento, característica que herdamos dos índios. Mas a mudança agora ocorre na valorização do sujeito, no direito de falar, de querer que as coisas aconteçam do seu jeito.”
No caso da criança, o adulto impõe um limite a sua “agressivização” e quem faria isso no caso de toda uma sociedade? Luciene Godoy diz que os limites são colocados pelas consequências dos atos das pessoas. “Tudo que a gente faz tem consequências. É das pessoas a dor ou o prazer de tomar decisões. Cada vez mais as consequências de nossos atos vão nos dar as nossas balizas”, diz. Por isso, ela acredita que mudanças podem ocorrer com uma velocidade maior do que ocorria nos séculos anteriores.
Luciene Godoy diz que esta é a era da surpresa. Com isso, ela quer dizer que o eleitor continuará com poder depois da eleição e poderá intervir por meio das redes sociais caso discorde dos rumos que serão seguidos pelo futuro presidente da República, independentemente de quem seja o eleito. Luciene é psicanalista lacaniana e autora dos livros, A Felicidade Bate a Sua Pele – Uma Teoria do Apaixonamento e A Angústia Nascida com a Vida.
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