Um dos temas abordados pelo Tom Maior desta quarta-feira (24), diz respeito às relações e estruturas familiares: vínculos, falhas e análises. A psicanalista pelo Instituto Sedes Sapentiae, de São Paulo, e mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Letícia Lima afirma que é importante as mães poderem falar sobre as dificuldades da maternidade e levarem isso para o coletivo.

“Isso é muito necessário para que nós possamos sair um pouco dessa a idealização. São inúmeras questões que as mães trazem, mas elas não se abrem por achar que é muito complicado ou que vão julgá-las. Porém quando a gente se abre para o diálogo, podemos nos identificar com as questões do outro e conversar sobre isso em comunidade honestamente é um caminho interessante para não ficar tão apegada a essas idealizações”, explicou a psicanalista.

Segundo Letícia Lima, as mães também precisam de um amparo social, pois a sociedade tem uma mania de colocar nas mães toda a responsabilidade pela educação das crianças.

“Parece ser um projeto da modernidade isentar a comunidade, que também pode ser responsável pela criança, porque a mãe também está inserida em um contexto social, econômico e político, e ela também pode estar em situação de precariedade. As mães também são seres humanos que podem sentir medo, inveja, angústia e vão ser influenciadas pelo contexto social que vivem. Às vezes elas precisam tanto de um amparo quanto uma criança”, afirmou Letícia.

A psicanalista ainda esclareceu a romantização por trás da maternidade, na qual a mãe precisa ser uma pessoa que sempre acolhe, nutre e que é fonte inesgotável de amor. “Essas questões contribuem para uma romantização que é uma ilusão, pois a mãe é um sujeito como outro qualquer que pode sentir raiva, e pode não se sentir bem, elas estão sempre lidando com várias demandas e pressões sociais”, explicou Letícia Lima.

Confira na íntegra a entrevista com a psicanalista Letícia Lima