A presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann, destacou em entrevista à Sagres que a legenda trabalha para construir uma frente de partidos de oposição para a disputa eleitoral de 2022. O principal adversário é o presidente Jair Bolsonaro que tende a disputar reeleição.
O PT vai apoiar Baleia Rossi para eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, mas a união não deve se repetir para a disputa presidencial. Gleisi disse que o partido está aberto para conversar com diferentes setores, mas que defenda um projeto diferente para o país.
“Queremos primeiro de tudo fazer uma aliança e uma frente com partidos de oposição, com o setor progressista da sociedade, o que já começamos a conversar, e isso é em torno de um plano para o Brasil, obviamente se há setores que não fazem parte deste campo, mas que concordem com isso, a gente estará aberto à discussão. Queremos que o Brasil saia da crise, tenha um governo responsável”, argumentou Gleisi.
A parlamentar ressaltou que antes de se pensar em nomes, é preciso estruturar de forma sólida um projeto. Ela avalia que se não for possível uma aliança no primeiro turno, que isso ocorra no segundo turno.
“Essa não é uma discussão preliminar. Acho que o principal é a gente discutir um projeto de país. Depois de discutir um projeto é que vamos ver alguns nomes, pode ser até nome do PT ou de outros partidos. Isso é natural do projeto eleitoral. Agora se nós tivermos um projeto de desenvolvimento de país, um projeto político claro, a gente tem condições de se unir, se não no primeiro turno, no segundo turno, para resgatar o Brasil da situação que está”, destacou.
Gleisi fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro, principalmente na condução da política econômica. Para ela é preciso que a administração invista na vida das pessoas, gerando renda e distribuindo riquezas.
“O plano de reconstrução parte desse princípio, que nós temos que investir na vida do povo, se o povo não tem renda, não tem economia, se não tem trabalho, não tem renda para fazer consumo e a economia para. A principal coisa na economia de um país é investir no povo, não é conter gastos ou pagar dívida. A gente tem que equilibrar a dívida, ter ela sustentável, ao longo do tempo, é o que todos os países do mundo estão fazendo deste momento”, disse.
Reflexos
Gleisi Hoffmann ressaltou que a pandemia tem afetado a forma de se fazer política. Ela relatou que no momento não é possível fazer as mobilizações que a legenda realizou ao longo dos anos, por conta das aglomerações. Ela relata que o partido tem estudado a melhor forma para fazer ações políticas, sem colocar em risco a vida das pessoas.
“Isso nos preocupa muito, pois não estamos podendo mobilizar o povo, fazer grandes reuniões, plenárias, caravanas que a gente fazia com o Lula, e óbvio que tem impacto na política, porque quando mobiliza, chama o povo pra conversar, fala sobre o que está acontecendo, as pessoas tem condições de se manifestar, isso tem impacto nas relações da política e estamos preocupados com isso. Não vamos colocar ninguém em riscos, estamos estudando a forma de fazer isso de como mobilizar e pressionar no governo, para que a gente tenha mudança do governo”, declarou.