Tudo bem que os preços do leite e derivados estão nas alturas. Mas, quem consegue resistir a um delicioso pudim de leite condensado? Uma sobremesa fácil de fazer e que agrada 9 em cada 10 brasileiros. No último fim de semana, eu mesma me rendi à cremosidade deste sabor. Daí veio hoje o palpite de dividir com vocês a minha receita, que não tem nada de secreta, mas que todo mundo ama! Na verdade, é bem simples mesmo! Mas, antes disso, vamos a algumas curiosidades com relação a esta sobremesa.
Embora seja amado pelos quatro cantos do Brasil, o pudim, na verdade, surgiu em Portugal. As várias receitas utilizadas atualmente derivam de uma versão bastante exótica, atribuída ao abade português Manuel Joaquim Machado Rebelo, da paróquia de Priscos. Em meio às gemas de ovos, água e açúcar, um ingrediente em especial se destacava e hoje poderia causar estranheza: toucinho de porco. Dá pra imaginar? Mas, acredite, o Pudim de Priscos era sensação na cozinha portuguesa e foi aí que tudo começou.
Acredita-se que, já na época da colonização, o saboroso pudim de leite chegou ao Brasil, feito com muitos ovos, açúcar, leite gordo e farinha de amêndoas, além de um método de preparo que demandava muito tempo e trabalho. E foi só no século 19 que veio o toque de mestre brasileiro, graças às latas de leite condensado que, naquela época, eram importadas da Suíça. Com esse ingrediente adicionado à receita, veio a praticidade e ainda mais sabor!
No universo gastronômico, uma receita clássica de pudim não leva leite condensado. Mas, vamos combinar, com esse ingrediente, a sobremesa fica muito mais cremosa e gostosa! A receita a seguir é prática e, em justa homenagem ao abade que deu início a esta história, é de comer rezando!
PUDIM DE LEITE CONDENSADO
Ingredientes:
1 xícara (chá) de açúcar
1/3 xícara (chá) de água fervente
1 lata de leite condensado
1 lata de leite (a mesma medida do leite condensado)
3 ovos
Modo de preparo:
Eu costumo fazer o caramelo direto na forma do pudim, aquela com furo central. Se achar muito difícil, faça em uma panela mesmo e depois transfira. Leve o açúcar ao fogo para derreter e caramelizar. Movimente a forma ou panela em círculos para evitar que a calda queime. Eu não gosto de mexer com colher ou espátula, para não açucarar. Quando atingir a cor do caramelo, despeje a água fervente aos poucos e mantenha no fogo até que os torrões se derretam por completo e a calda fique homogênea. Agora é só caramelizar a forma e reservar.
No liquidificador, bata o leite condensado, o leite e os ovos. Quanto mais tempo você bater, mais aerado ficará. Se quiser o pudim com aqueles furinhos, bata bastante e utilize o forno com a temperatura alta para que o ovo coagule mais rápido e o ar da mistura não se perca. Pra quem prefere o pudim beeeeem lisinho, passe a mistura por uma peneira antes de levar ao forno, no máximo a 180º. Eu simplesmente bato no liquidificador o suficiente para misturar os ingredientes, uns 2 ou 3 minutos, no máximo, e já despejo na forma caramelizada.
Particularmente, gosto de cobrir o pudim a ser assado com papel alumínio, além de levar ao forno em banho-maria (com a forma do pudim dentro de outra forma com água). Também prefiro a cremosidade do cozimento lento e uniforme. Para isso, levo cerca de uma hora e quarenta minutos para assar a sobremesa a 180º. Esse pudim simplesmente desmancha na boca! Depois de assado, leve para gelar, desenforme e sirva.