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Em razão da “deturpação da finalidade”, o evento semanal “Grande Hotel revive o Choro”, de iniciativa da Prefeitura de Goiânia, será suspenso e passará por uma reformulação. Essa foi a definição tirada na manhã desta sexta-feira (20) em reunião realizada na sede do Ministério Público, com a participação do coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, Bernardo Boclin; de promotores da área da Infância e Juventude, do secretário municipal de Cultura, Joaquim Jayme, e também de representantes da Polícia Civil e Militar, Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros.

Participaram também as delegadas Erica Botre, da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), e Jane Gondim, da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), além do coronel Queiroz, do Comando de Policiamento Comunitário da Capital.

A ideia é garantir segurança ao público que aprecia o ritmo musical, o retorno da tranquilidade aos moradores daquela região, e, em especial, coibir as diversas irregularidades e atividades criminosas que estão acontecendo no local, como tráfico e uso de drogas, venda de bebida alcoólica a adolescentes, perturbação ao sossego público, prostituição, entre outros.

Na reunião, o major Edelcirio da Silva, que integra a equipe de policiamento daquela região, apresentou uma série de vídeos com cenas de adolescentes consumindo entorpecentes e bebida, comercializando drogas ilícitas como éter, tíner e maconha, evidenciando também a grande quantidade de pessoas que ficam no local após as apresentações oficiais. O policial estima em 3 mil o número de frequentadores.

Segundo ele, o evento termina por volta das 23 horas, mas o público permanece no local até cerca de 1 da manhã. Nesse período, som automotivo se junta ao produzido pelos atabaques e tambores levados pelos frequentadores. Ele explica que os frequentadores aparentemente são da classe média, e, pelo menos, 30% são adolescentes, na faixa dos 16 anos. Da mesma forma, guardas municipais também afirmaram que os usuários de drogas chegam a utilizar até as dependências do hotel para esse fim.

O próprio secretário de Cultura, maestro Joaquim Jayme, reconhece que o projeto foi desvirtuado de seu modelo original, posicionando-se pela retirada do programa cultural daquele espaço e sua reformulação.

Conforme acertado no encontro, o evento está suspenso a partir desta sexta-feira, quando também será desenvolvida no local uma operação conjunta para coibir as irregularidades constatadas. A atividade vai envolver policiais civis e militares, guardas municipais, fiscais ambientais, entre outros profissionais.