Em entrevista concedida à RÁDIO 730, o deputado federal reeleito pelo PT Rubens Otoni afirmou ter uma boa expectativa quanto ao novo governo federal. Para ele, Dilma Roussef possui credibilidade para dirigir um país que se desenvolveu bastante na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, e que o mesmo trabalho vai continuar com a presidente eleita, que participou por oito anos diretamente no núcleo decisório do governo Lula.

“Não elegemos uma liderança qualquer”, garante o deputado, contrariando o que a oposição dizia durante as eleições deste ano, de que a então candidata Dilma não estava a par das necessidades do Brasil.

Quanto à formação do governo, ele afirma que este processo é delicado, já que a presidente eleita tinha uma aliança com mais de dez partidos, ao contrário de Lula, que ganhou com uma base bem menor. Questionado porque é tão difícil montar uma oposição mais forte ao governador eleito Marconi Perillo, Rubens confessa que a base do PT não venceu a eleição para governador em Goiás, pois a base de Lula não estava unida no Estado, o que considera uma falha, mas são dificuldades que o partido soube superar.

Ao ser indagado sobre o convite de Marconi a Thiago Peixoto (PMDB) para compor uma das secretarias do governo estadual, o deputado alega que se fosse com o PT, o parlamentar seria expulso do partido, pois o ideal é defender as decisões de oposição tomadas pelo partido filiado. Rubens afirma que este fato já ocorreu com o PT em 1998, quando o então eleito Marconi Perillo convidou o seu partido a dirigir três secretarias, o que foi negado pelo PT. “Depois disso, o PT só saiu ganhando, nos tornamos governo federal em 2002, e fui eleito deputado federal também no mesmo ano”, relembra o parlamentar. 

Para ele, Goiás tem uma equação limitada no cenário nacional devido às dificuldades políticas que é enfrentado no Estado. A expectativa de Goiás para o governo federal é participar no segundo e terceiro escalão da gestão federal eleita, como aconteceu no governo Lula. O deputado afirma que o governo do então presidente “demonstrou sua capacidade de negociar e administrar as políticas públicas, independentes dos partidos que governam”. 

Ele ressalta que a dificuldade que pode ser encontrada na parceria com o governo estadual é se Marconi Perillo não vai se fechar ao diálogo com o governo federal, que segundo Rubens Otoni, estará aberto para negociações. 

Caso Celg

Sobre o caso Celg, o deputado reeleito alega que foi idealizador dessa negociação por três anos, tendo acompanhado várias vezes o governador Alcides Rodrigues em busca de uma solução para a companhia. O parlamentar confessa estar decepcionado ao ver o seu trabalho indo para o ralo por “capricho político”. “Torço para que as conseqüências sejam as menores possíveis, mas o meu temor é que a empresa esteja inviável e cada ano mais difícil de tirar do buraco”, alerta o entrevistado. 

Rubens afirma que vender a Celg para a Cemig não é considerado por ele um plano B, como afirmou o governador eleito, pois está mais fácil entregar a Companhia à Eletrobrás, que é o órgão que a Celg mais deve, do que vender para a empresa mineira.  “Vou fazer todo esforço para que a Celg continue sendo o patrimônio de Goiás, independente do partido, vai ser irresponsabilidade dos governantes perdê-la”, completa o deputado.