“Não nego isso de forma alguma”. O que o empresário Júnior Batista, mais conhecido como “Júnior do Friboi”, não nega é a vontade de ser governador de Goiás. Nas eleições do ano passado ele foi cogitado para concorrer ao senado, e também a vice-governador na chapa de Marconi Perillo. Mesmo sem nenhuma das opções, o empresário não escondeu que deixaria de lado a vida empresarial para tentar o posto máximo no poder executivo do Estado.
“Se um dia for feito um chamamento, for feito uma escolha para que o meu nome possa ser um dos grandes nomes que tem no estado, para concorrer no estado de forma construída, eu me coloco sempre à disposição. Qual pessoa não tem o sonho de dar a sua contribuição ao seu país, ao seu estado? Eu tenho o meu sim”, revelou Júnior, em entrevista à Rádio 730. Atualmente o empresário está filiado ao PTB, mas articula, juntamente com o ex-deputado estadual Cleovan Siqueira, a recriação do PL em Goiás.
Apesar de deixar claro que gostaria de pleitear ao governo, ele admitiu que é preciso ter calma para lançar uma candidatura. “Política a gente tem que ter um calendário, tem que ter, sobretudo, um respeito. Eu sou muito desprendido, sou muito progressista, sou muito de consenso, jamais cresci com o meu negócio tomando algo de alguém. Eu acho que a gente tem que conquistar, e, sobretudo, eu acho que a gente conquista com oportunidades”, ressaltou.
Ida para o PL
Filiado ao PTB, Júnior Batista se mostrou animado com a possibilidade de participar na recriação do PL (Partido Libertador) em Goiás, principalmente pela intenção de trabalhar defendendo a educação. “Fui convidado pelo Cleovan (Siqueira), que hoje está à frente da criação do PL, pra que eu ajudasse financeiramente, pelo meu nome, credibilidade, a criar o PL, trazer pessoas formadoras de opinião. Eu achei interessante porque o PL veio muito de encontro com uma crença que eu tenho que é começar pela educação”, reforçou.
Segundo ele, a filiação ao PL ainda não foi acertada, mas deve acontecer. “Eu hoje estaria no PTB, não quer dizer que estou em dois partidos, estou com o Jovair, ele me convidou, e permaneço no PTB, mas estou no PL por acreditar que o PL pode contribuir lançando alguns candidatos a pleitos para o ano que vem. Se não der certo nós podemos continuar construindo isso para 2014”, disse.
Júnior afirmou que já tem contribuído financeiramente para o novo partido. “Eu acho que o partido contribui pro princípio que eu acredito, que é a educação. Tudo que eu construí na minha vida foi por meio da educação. Eu não tenho nada partidário, eu tenho uma causa. No PL talvez eu possa me credenciar também para que eu possa ajudar a debater os assuntos de interesse do Brasil, do Estado”, ressaltou.
Relação com Paulo Garcia e Marconi Perillo
Júnior Batista deixou claro que está a favor tanto do prefeito Paulo Garcia (PT) para a reeleição na prefeitura, quanto do governador Marconi Perillo (PSDB), mesmo que os dois governantes sejam de partidos antagônicos. “O candidato natural à reeleição na prefeitura de Goiânia é o Paulo Garcia, a não ser que ele não queira ser candidato. Eu tenho observado que o Paulo é uma pessoa muito do bem. Tudo que ele tem tratado comigo ele tem cumprido. Eu acho que com o tempo ele fará uma grande gestão em Goiânia”, declarou.
O empresário revelou que tem incentivado a aproximação do prefeito com o governador, e reforçou o caráter apartidário de qualquer administração. “Pedi ao governador e ao Paulo para que os dois conversem. Pra mim governo não faz oposição a governo. Governo se governa para as pessoas. Eu tenho sugerido pra eles para que conversem, e tornem as administrações de forma convergente”, disse.
Ao pregar uma boa relação entre os dois representantes, Júnior do Fiboi citou, inclusive, a polêmica ida de Thiago Peixoto para a Secretaria de Educação do governo. Segundo ele, a iniciativa de Marconi com o convite foi válida, e deve ser seguida. “O governador está convidando o PMDB para fazer parte do seu governo, e eu vejo isso não como uma forma de destruir o PMDB, mas sim para somar. O governador pôs o PMDB numa das grandes secretarias, senão a maior. Política não se junta no amor, se junta na dor, se não vai por bem, vai por mal”, comentou.
Eleições 2010
Durante a pré-campanha para as eleições em 2010, Júnior Batista chegou a garantir que estaria na disputa, ou como vice-governador ao lado de Marconi Perillo, ou como candidato ao Senado. Entretanto, o empresário ficou de fora da disputa, e garante que não houve nenhuma mágoa remanescente deste período. “Eu não fui candidato a senador primeiro porque eu via que a senadora Lúcia era a candidata natural para aquele pleito”, afirmou.
“Na verdade quando eu indicado a senador foi pelo PTB, foi o Jovair que me indicou. Mas eu tinha certeza e tinha consciência, estava convicto de que a candidata natural pelo PSDB seria a Lúcia Vânia. Eu não tenho nenhuma vocação para o legislativo, eu sou muito mais executivo. E eu achei por bem naquele momento que não justificaria eu ir para o senado e me licenciar das minhas atividades”, justificou.