Esta pergunta eu tenho me feito ao longo de toda a semana na preparação do Vila Nova para o duelo deste domingo, contra o Betim-MG, a partir das 16h, no estádio Serra Dourada, em mais uma rodada do Campeonato Brasileiro da Série C. Ouvi que o time será Robston e mais 10. Ouvi que a ausência dele entre os titulares tiraria público deste jogo. Também ouvi sussurros que a barra forçada para a presença dele entre os titulares poderia trazer um problema grande dentro do vestiário vilanovense.
Diante de todo este cenário, tenho duas constatações: Nesta temporada, ele ainda não chegou perto do que já apresentou entre os anos de 2006 a 2010 (e muitos da imprensa ainda sonham com este jogador) e a diretoria quer fazer dele um ídolo, uma referência, um elo entre grupo e torcida para trabalhar o sentimento de identificação entre clube e torcida.
Entendendo todo o projeto e o pensamento apresentado nas conversas com membros da diretoria, eu reconheci (inclusive em posts anteriores) a importância e a audácia da ideia. A chegada dele ao Vila Nova tem contornos semelhantes a vinda de grandes astros do futebol europeu para o maiores clubes nacionais. Porém, uma coisa é trabalhar a imagem dele junto a torcedores. Outra é forçar a barra para que ele seja titular neste domingo, atropelando etapas, ideais táticos, dados físicos e uma filosofia de jogo. Robston jogará e resolverá sozinho o jogo? Na coletividade que pertence ao futebol, mesmo com o reconhecimento público dele e do preparador que não suporta os 90 minutos, ele está tão acima dos demais integrantes do grupo?. Fará tanta diferença se ele for titular ou reserva para colocar 10 mil a mais ou a menos no Serra? Particularmente, ele é um dos motivos. Mas não é o principal – O torcedor colorado tem motivos muito mais importantes para ir ver o Vila.
Diante desta bomba, Hermógenes Neto pensou a semana numa forma de equilibrar o meio campo alvirrubro com esta novidade. Osmar de primeiro volante. Um suicídio que nem o próprio jogador e capitão deveria aceitar. Osmar e Thiago Marin são homens de confiança e tem as suas importâncias no esquema idealizado pelo comandante. Alexandre Carioca e Alisson disputam a vaga de pé de ferro. Sobrou para Wesley que estava atuando em uma função mais recuada, diferente do que acostumamos a vê-lo nas temporadas anteriores. Este último foi o primeiro a levantar a voz contra uma “injustiça” pelo que foi apresentado pela equipe no último jogo. Só espero que a vinda do papa Francisco e a homenagem feita a ele pelo clube nesta vinda ao Brasil possam abençoar o Vila Nova neste domingo. Diga-se de passagens, uma homenagem importante, independente se o pontífice irá ver ou não. Na vida, o que vale são as intenções e o reconhecimento da importância e qualidade do próximo.
Aproveito também para homenagear todos os torcedores do Vila Nova que nesta segunda-feira vão celebrar o aniversário de 70 anos do clube. Vários torcedores se uniram para financiar uma bela reforma em alguns lugares da sede administrativa. Uma mudança importante na imagem do clube que passou por reparos nos últimos dias. Parabéns pelo torcedor José Antônio pela iniciativa. Se dentro de campo, a coletividade sobressai diante da individualidade, fora de campo, o Vila precisa ainda mais desta união para se tornar um clube transparente e de sucesso no cenário local, regional e nacional.
Na última quinta-feira, trouxe a informação na Rádio 730 que o atacante Marco Aurélio faria o último jogo dele com a camisa do Vila Nova neste domingo. O jogador foi negociado com o Avaí-SC, onde já é esperado em Florianópolis, de acordo com a entrevista do gerente de futebol Júlio Rondinelli. O Vila Nova vai receber algo entorno de 100 mil reais – algo que lhe cabia mesmo. Embora a multa seja de 300 mil reais, a medida que vai chegando o final do contrato (no caso de um ano), ela vai sofrendo uma queda progressiva. Com a saída de Marco Aurélio, o atacante Wando, antigo sonho de alguns dirigentes da atual diretoria, vai ganhar força para retornar ao clube.