A cidade está deserta de autoridades e o fato não necessariamente é ruim. Esta é a semana em que suas excelências torram os últimos centavos dos nossos impostos.

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É mais fácil achar ouro em pó no meio da rua que fazer sessão de Legislativo.
Os vereadores ainda não voltaram às sessões e em todas as cidades eles fizeram o favor de sumir.
Os deputados curtem as praias do Nordeste, as delícias da Europa e as compras nos Estados Unidos.
Os integrantes do Congresso Nacional são completamente divorciados da população, que já não os vê em dias normais e muito menos os encontraria num recesso seguido de Carnaval. O eleitor viu seu deputado federal e seu senador pela última vez naquela foto da urna.

Os prefeitos, o governador e a presidente da República se dizem ilhados pelas dificuldades, e continuam livres de presença de povo perto deles.
Promotor e juiz, então, ninguém sabe por onde andam. Grande parte está de férias, outros emendaram o Carnaval com folgas e o certo é que não se tem nem notícia da maioria dos homens de toga. Os integrantes do Ministério Público devem voltar logo, porque a próxima segunda-feira já é a de eleição para procurador-Geral de Justiça e é aconselhável não aparecer com cara de ressaca.

As autoridades recomendam que o povão acredite no turismo interno, mas elas não praticam o que pregam. Não se vê senadora hospedada em camping na beira do Araguaia. Ninguém encontra senador em hotel-fazenda de Guapó. Nunca nenhum deputado foi visto empurrando carro em atoleiros do Sudoeste do Estado. Jamais aparece um vereador vítima de assédio em ônibus no Entorno de Brasília. Promotor não gasta os 25 reais do vale-linguiça almoçando no come-em-pé do Mercado Central.

Enfim, é para comemorar. As autoridades viajaram para bem distante e ainda não voltaram. Por isso é que o clima está bem mais agradável.