Uma nova era começou no Goiás, com direito a pés no chão e jogo aberto por parte da diretoria. A era Sérgio Rassi teve início na noite da última sexta-feira e não demorou nada para dar o tom de como serão os dois próximos anos: sinceridade plena e sonhos ousados para o crescimento constante do Goiás. No dia em que foi eleito, Sérgio Rassi fez questão de afastar assuntos negativos, como as dívidas, mas falou muito sobre outros tópicos. Primeiro, enumerou a principal missão dos primeiros meses como presidente.
“Acho que o mais importante é quitar a situação de débito que o clube se encontra, não descuidando do Departamento de Futebol, dando uma cara mais futurista para o clube, principalmente com a urbanização da Serrinha. Para isso, a gente precisa da ajuda de todos. Não é dia para falar de dívida, deixa isso para outra hora”
Ao lado de Adriano Oliveira e Paulo Lopes, seus vices, Rassi quer ter um mandato com pés no chão, mas confia em um título nacional de expressão em 2015. O presidente não fugiu da pergunta sobre os futuros de Araújo, David e até mesmo de Walter, com quem tem trocado declarações nos últimos dias. Além disso, revelou que o clube terá um teto salarial e que prefere valorizar a base do que pagar um salário absurdo para outro atleta.
“Para um clube que está com dificuldades financeiras, essa é a saída. Temos que valorizar a nossa marca, ir atrás de grandes patrocinadores e começar prestigiando a base. Só que a base não pode ficar sozinha, tem que ter uns dois ou três jogadores de mais experiência para comandá-los. Essa mescla, essa mistura, vai nos trazer bons resultados”
Araújo no Vila?
“A questão do Araújo é um pouco complexa, depende do benefício que isso trará ao Goiás, do benefício que isso trará ao clube que quer contar com seu ingresso e do benefício que isso trará ao jogador. Se essas três condições forem satisfeitas, eu não vejo problema nenhum em ele deixar o Goiás”
“De informação que não é oficial, que chegou a nós por uma terceira pessoa, é que esse clube estaria disposto a arcar com metade do salário do Araújo, ou seja, R$50 mil. Pra mim, não serve, mas eu não decido sozinho. Eu acredito que qualquer time que tem interesse no concurso de um jogador, nós poderemos, caso ele não interesse ao nosso treinador, fornecer uma rescisão amigável, mas sem arcar com nenhum ônus. É o início de uma negociação, o resultado depende de ambas partes que estão negociando”
Volante recontratado
“Foi uma reunião bastante proveitosa entre o Marcelo (Segurado), eu e o David, e ele explicou o que aconteceu. Na verdade, foi iludido por um empresário, aquela proposta nunca foi concreta, caiu no chamado “conto da sereia” e fez um mea culpa com a gente. É um rapaz que eu tenho um carinho muito grande por conhece-lo pessoalmente e nós estamos bem adiantados. Acredito que amanhã (sábado) teremos uma boa notícia para a torcida esmeraldina”
Entre tapas e beijos com Walter
“Eu atribuo à ele o sucesso que nós tivemos. O Goiás sem o Walter era um time comum, o Goiás com o Walter era um time diferenciado. Agora, quando nós mais precisamos dele para manter essa diferenciação, ele não correspondeu, mas não por culpa dele, e sim de suas lesões. Se tivesse menos peso, se cuidando melhor fisicamente, isso não teria acontecido. É um baita jogador, grande profissional, mas eu, pessoalmente, acho que ele deve levar mais a sério a questão física.
“Eu não pretendo pagar a nenhum jogador do Goiás mais do que dois dígitos, ou seja, não pagar mais que R$99 mil de salário por mês, nós não temos condições para isso. O salário do Walter, como eu já falei, ultrapassa isso por questões óbvias, é mérito dele. Se não tivermos um parceiro para essa negociação, é impossível dela ser concretizada”
“Final de ano nós tivemos muita despesa com bichos elevados, com 13º, com 23 rescisões contratuais, e isso onera bastante o clube. O Walter pode ficar tranquilo que todos os jogadores que tem alguma coisa a receber do Goiás, receberão”