Durantes os Debates Esportivos dessa terça-feira, o presidente do Goiás, Sérgio Rassi, falou sobre diversos temas, entre eles o motivo da escolha pelo treinador Julinho Camargo para comandar o Verdão na sequência da temporada. Além disso, comentou sobre as negociações fracassadas com outros técnicos, como Hemerson Maria e Doriva.
O mandatário esmeraldino também falou sobre a relação com a torcida, justificou a política da sua gestão no clube e revelou que a equipe busca reforços de peso, inclusive citando jogadores que estão sendo sondados pelo Goiás.
Confira os temas abordados na entrevista:
Por que a escolha por Julinho Camargo?
“Desde a saída do Hélio dos Anjos, estamos a procura de um treinador. Um técnico que se adequasse a nossa condição financeira, que tivesse boa convivência com os jogadores jovens, oriundos da base, que, preferencialmente, fosse bem recomendando por outros. Chegamos ao consenso que seria o Falcão, que traria sua grife, em termos de patrocínio e até mesmo em notoriedade mundial”.
“No seu grupo, o Falcão tem um treinador que geralmente o acompanha e vem sempre pedindo uma oportunidade como treinador principal. O Falcão não trabalha sem essa pessoa, que é o Julinho Camargo, que já passou por vários testes em clubes do interior do Rio Grande do Sul. Por recomendação do próprio Falcão, o Julinho fez uma análise muito criteriosa do nosso time assistindo várias partidas desde que fizemos um primeiro contato. O próprio Falcão o recomendou ao máximo, caso não chegasse a um acerto com o Goiás”.
“Nosso plantel é um misto de jogadores jovens e atletas que vieram do Sul. E não se trata de um treinador que desconhece totalmente o clube. Conhece todos os jogadores do Sul que estão no Goiás e é acostumado a lidar com atletas da base”.
Comissão Técnica
“O Julinho vai vir junto com o irmão do Renan, que é o Ivan Brito. Vem apenas esses dois profissionais. Não estamos quebrando a espinha dorsal da nossa comissão técnica”.
Possíveis criticas de imprensa e torcedores
“Ficaremos expostos as críticas, já que todo mundo quer uma coisa pronta, consolidada pela fama, mas essas pessoas são muito onerosas ao clube. E mesmo assim, em muitos casos, não são tão trabalhadoras quanto os técnicos que estão surgindo e estão sedentos por uma chance”.
Negociação com outros treinadores
“Não houve discordância. O Julinho foi o único nome de consenso entre eu, o Hailé e o Harlei. Não vou negar que o Julinho era o plano B. O Plano A era o Falcão. Tínhamos oportunidade de ter o Hemerson Maria ou o Doriva, que não mostrou tanta vontade, tanta emoção de dirigir o Goiás. Eu lamento muito o Hemerson não poder vir, porque ele tem um perfil muito parecido com o do Julinho e demonstrou uma vontade muito grande de vir. Mas é muito difícil ter um problema familiar em outra cidade. Acho que ele não teria o foco necessário para um momento tão importante como esse”.
Relação com a torcida e gestão para conter gastos
“Estou aceitando sugestões. Confesso que não sei o que fazer. Quando se faz uma gestão de mudanças, um choque de gestão, ela é sempre antipatizada. Infelizmente ou felizmente, essa situação caiu no meu colo. O torcedor que nos critica, vai ver que, futuramente, isso será benéfico ao clube. Esse choque de gestão não mostra resultados imediatos. É igual querer acabar com a corrupção no Brasil. A corrupção está acabando no país, grandes figurões, pessoas de colarinhos brancos estão dormindo na cadeia. Quando a gente imaginava que isso ia acontecer? Ela ainda está aí, mas ela vai diminuir. É algo mais ou menos como isso que está acontecendo no Goiás. Sei que tenho a antipatia do torcedor nesse aspecto, mas peço para ele entender. Além da antipatia, corro um risco muito maior, que é o do rebaixamento. Você dirigir o que ama e ver o estádio vazio e o time rebaixado, vai ser uma magoa que vou carregar a vida inteira, mesmo sabendo que tentei fazer o melhor para o clube durante a minha gestão”.
Manter teto salarial de 50 mil para atletas
“Devemos, temos de conseguir isso. Temos um elenco muito cheio, com 40, 42 atletas no profissional e eu já falei para o Harlei que temos de dispensar alguns jogadores que não estão rendendo o esperado. Estão loucamente atrás de patrocinadores e estou a espera de uma negociação do Erik. Ao meu ver, precisamos de 3 atletas, mas precisamos de uma resolução financeira”.
“A série A é muito cara. Não entendam errado, pelo amor de Deus. Um clube hoje que paga 50 mil por mês na Série A seria líder disparado na Série B. Tenho a impressão que não teríamos dificuldade nenhuma. Mas futebol não é só questão financeira”.
Reforços
“O próprio Julinho passou para o Falcão que o clube necessita de cinco contratações de peso. Não vou citar as posições até porque ele vai analisar pessoalmente o grupo”.
“Temos de ouvir ele antes, mas esbarramos sempre na questão financeira. Estou tendo dificuldades nesse mês de pagar o salário dos atletas. Tivemos a premiação do campeonato goiano e a rescisão do Hélio e honramos as duas. Estamos com rendas muito pequenas. Se tivermos uma renda, com a possível venda do Erik, poderemos trazer 5 reforços. Dentro de uma limitação e da realidade financeira, tentaremos satisfazer o treinador”.
Uruguaio Maxi Rodríguez, jogador do Grêmio
“Negociação foi iniciada, mas vamos esperar o Julinho chegar. Até porque ele é do Sul e tem um contato muito mais fácil com o Maxi do que nós tínhamos. Gosto muito da conversa direta, sem intermediários. Ele deve estar chegando amanhã para assistir ao jogo e iniciará seu trabalho na quinta-feira”.
Atacante Souza (ex-Goiás e hoje no Paysandu) e meio-campista Souza (Bahia)
“Dois nomes que foram sugeridos pelo Falcão. Outro atleta que me agrada muito é o atacante Joel, que está no Cruzeiro. Não deveria estar falando isso, porque fica muita especulação. Esses três nomes, assim como o Maxi Rodríguez, estão sendo sondados”.