A cidade está sem controle e o fato agrada a alguns grupos, que lucra com a bagunça generalizada em Goiânia. A administração ficou acéfala porque os últimos mandatos são de prefeitos que não esperam nem a cadeira esquentar e já saem candidatos a outro cargo. Um primeiro gesto para corrigir a bandalheira pode ser de Marconi Perillo. Basta o governador cancelar a construção do estádio Olímpico e substituir o buraco por um grande parque.

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Goiânia não precisa de mais estádios. Goiânia precisa respirar melhor. Quando foram destinadas as praças de treino do Atlético, do Vila Nova e do Goiás, havia menos casas e muito menos carros em Campinas, no Setor Universitário e na Serrinha. Hoje, o trânsito é caótico nas três regiões. Em vez de melhorar, a prefeitura piorou o problema. Autorizou que os clubes transformassem os centros de treinamento em arenas para jogos até do Campeonato Brasileiro. Ou o prefeito não manda em Goiânia ou só desmanda.

Fazer um estádio no Centro da Capital é decisão de incompetente ou de alguém que nunca dirigiu pelas redondezas. A reconstrução do Olímpico será um erro colossal, maior que o criatório de dengue ali instalado.

Goiânia é carente de equipamentos públicos, principalmente escolas confortáveis, bibliotecas digitais, creches modernas e unidades de saúde com médicos 24 horas. Erguer mais um estádio não será somente um descomunal impacto no tráfego, será uma burrice. E burrice com dinheiro público tem outro nome: é crime. Crime de desvio. E desvio com dinheiro público é sinônimo de ladroagem. Então, reconstruir o Estádio Olímpico é uma forma de roubar não apenas o sossego do trânsito, mas também as verbas do contribuinte.

Marconi Perillo deve insistir no Centro de Excelência, com seus laboratórios e a incubadora de craques em diversas modalidades esportivas. E, no lugar do estádio, plantar as árvores de que Goiânia precisa e que o povo merece.