Os hospitais goianos que contam com repasse de verba do Sistema Único de Saúde, o SUS, passam por algumas dificuldades por conta do atraso nesse repasse. Em alguns casos, como no hospital Araújo Jorge e na Santa Casa de Misericórdia, o atendimento aos pacientes está prejudicado devido à falta de alguns recursos.

Um dos serviços que está comprometido na Santa Casa de Misericórdia, por exemplo, são as cirurgias de transplante. Com isso, muitos pacientes tiveram que procurar unidades em outros estados. O superintendente administrativo do hospital, Aderroni Vieira, explica o acontecimento:

“Os custos dos transplantes são maiores do que aquilo que o hospital tem hoje de receita, então, não dá para manter o número de procedimentos no patamar que nós poderíamos fazer tranquilamente. Reduzimos para apenas seis transplantes por mês e para esse próximo período ainda não temos nenhuma perspectiva”, comenta.

O superintende revela também que há a possibilidade dos médicos entrarem em grve pela falta de pagamento. “Nós já tivemos sinalizações por parte dos médicos de uma possível paralisação. Eles são pagos diretamente pela Secretaria Municipal de Saúde e sem o repasse do SUS não receberam nem o mês de dezembro ainda”.  

A situação no Araújo Jorge também é crítica. O hospital é referência no tratamento de câncer em Goiás e o presidente da Associação de Combate ao Câncer do Estado de Goiás, dr. Alexandre Meneguini, ressalta que o atraso do repasse do SUS compromete o pagamento de fornecedores do hospital e isso pode afetar diretamente o atendimento aos pacientes:

“A reserva que nós tínhamos de dinheiro já foi usada, então, o fluxo de caixa do hospital está bastante prejudicado. Sem dinheiro o funcionamento correto do hospital pode ser prejudicado, por falta de pagamento da equipe médica e também dos fornecedores”, completa dr. Alexandre.

CONFIRA A REPORTAGEM DE JERÔNIMO JUNIO:

 

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