O Super Sábado deste fim de semana falou sobre um assunto muito importante, os riscos à saúde cardíaca quando se há uma exposição prolongada ao sol. Nesses dias de calor precisamos estar atentos a esses perigos, e é por isso que o cardiologista Leopoldo Piegas, coordenador do Programa de Infarto Agudo do Miocárdio do HCor nos explica sobre os perigos e cuidados acerca do tema.
Alguns dos sintomas mais comuns são Sudorese, tontura, visão embaçada e a fadiga. Segundo Piegas, as altas temperaturas podem nos prejudicar justamente porque o nosso organismo trabalha em determinada temperatura, que é em torno dos 36ºC. Quando o nosso corpo ultrapassa seu limite, pode haver reações inadequadas.
“A temperatura limite fica em torno de 37/38ºC graus ambiente. A partir daí começam a ocorrer algumas alterações no organismo, que precisa se defender e manter a temperatura adequada. Ele se defende de duas maneiras: nossos vasos se dilatam e aumentam a exposição do sangue, assim perdendo um pouco da temperatura. A outra maneira é a transpiração”, afirma Piegas.
Mesmo com esses mecanismos do corpo humano ainda é preciso tomar cuidado. Em excesso, isso também pode ser um problema. O doutor Leopoldo explica que a vasodilatação faz com que a pressão arterial se reduza, o que pode chegar a um ponto comprometedor da circulação de órgão nobres, podendo causar até um desmaio, por exemplo.
E as atividades físicas, podem?
A transpiração, que foi citada pelo doutor, quando excessiva pode levar a desidratação. Segundo ele, apesar de ser recomendada por todos os médicos, e já ser de entendimento geral a sua importância, é preciso ter cuidado quando estamos em situações de extremo calor.
“As atividades físicas devem ser reduzidas ou praticadas em horários compatíveis. Por exemplo, no início da manhã, quando habitualmente a temperatura está mais fresca, ou no final da tarde, já que a transpiração durante o exercício é muito maior”, ele afirma.
Além disso, uma opção que muitos buscam para se refrescar é tomar aquela cerveja gelada, mas isso pode ser muito perigoso nesse clima tão quente. De acordo com Piegas “isso pode levar a uma situação que poderíamos chamar de bomba. Calor excessivo, transpiração, ingestão de álcool e se a pessoa ainda já tem algum fator de risco, como os obesos ou tem alguma doença cardíaca, isso pode trazer consequências muito graves”.
Orientações a se seguir
O principal cuidado a ser tomado quando o clima estiver muito quente, é sempre se manter bem hidratado. Tomar muito líquido como chás, sucos naturais e principalmente água. Também evitar se expor ao sol e comer alimentos mais leves que não exigem tanto esforço do organismo para digestão. As atividades físicas mais pesadas devem ser evitadas. O cardiologista ainda destaca que em casos de desconforto ou sinais de desidratação, é importante buscar uma orientação médica.
Ouça a íntegra da entrevista com o cardiologista Leopoldo Piegas, na Sagres 730
Emily Fernandes é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o IPHAC e a Fasam sob supervisão da jornalista Tandara Reis.