O presidente Valdivino de Oliveira anunciou hoje a tarde o nome de Roberto Fernandes como novo treinador do Atlético para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série A. O comandante chega para assumir o cargo de Geninho que pediu demissão no início da semana passada. O que me surpreendeu até agora, até mesmo no portal da 730, o tamanho da rejeição do treinador antes mesmo que tenha iniciado o trabalho com o elenco atleticano. Eu já tinha avisado que o clube não tinha dinheiro para investir, muito menos para pagar multa rescisória, e que estava a procura de um treinador jovem, com perfil ofensivo, experiência em Série A e que estava em busca de um espaço no cenário nacional. Roberto Fernandes se encaixa em todos estes quesitos.

De 2007 até hoje o Atlético, os seguintes treinadores passaram pelo clube: Artur Neto, Edson Gaúcho, Sérgio Alexandre, Flávio Lopes, Wladimir Araújo, Zé Teodoro, Mauro Fernandes, PC Gusmão e por último o Geninho. A não ser o Geninho que tem história consolidada no futebol brasileiro, qual outro treinador chegou com o status de grande investimento da diretoria? Artur Neto, Mauro Fernandes e PC Gusmão foram nomes considerados vitoriosos por tudo que construíram nesta boa história recente do clube. Por exemplo, PC Gusmão chegou com o status de campeão goiano e auxiliar técnico do Vanderlei Luxemburgo. A cada partida se mostrou um técnico com uma boa leitura de jogo.

Mas se meu amigo blogueiro vier com o discurso que o Atlético está na Série A e precisa investir alto, um argumento que eu vi no portal 730 é que o treinador tem que ser maior que o elenco. Quem disse que ele precisa ter título mundial, sul-americano, brasileiro para ser maior que o elenco. Comando se tem por natureza, comando é um perfil. Muricy Ramalho é um técnico de ponta mas não deu conta do Palmeiras. O Jorginho bem menos experiente conseguiu fazer o time do Palestra Itália vencer e convencer. E tem outra coisa, o Atlético está chegando agora na Série A não queiram dar a ele cobrança de time que está há dez, vinte, trinta anos disputa a competição e nunca conquistou nada.

Não serei e não espero que sejam coniventes com possíveis erros, fatalidade ou deslizes do novo comandante e do Atlético ao longo da temporada. Mas não dá para execrar alguém sem que o cara tenha trabalhado um dia sequer no clube. Não tenha montado um esquema tático ou trabalhado com o grupo. Vamos dar tempo ao tempo.

Vou dar um exemplo bem próximo de mim. O torcedor do Inter comemorou a saída do Fossati. Sonhou com o Adilson Batista. Se iludiu com Felipão. Pôs os pés no chão com Celso Roth. O torcedor quer mais que seja campeão da Libertadores e vai apoiar na batalha contra o São Paulo.

Guardadas as proporções, o torcedor do Atlético tem que torcer, colaborar e ajudar o time a sair da zona do rebaixamento e consiga permanecer na primeira divisão, com muita sorte, uma vaga na Copa Sul-Americana. Por isso, eu repito. Dê tempo ao tempo, deixa o Roberto trabalhar. Vamos observar e analisar o time sob o comando do novo treinador.