Em entrevista à Rádio 730, o deputado federal Rubens Otoni (PT) minimiza as especulações em torno da visita da presidente Dilma Rousseff ao estado de Goiás. Segundo o parlamentar, a presidente possui o estilo diferente do ex-presidente Luiz Inácio. “Qualquer visita dele, técnica ou não, virava visita política e ele fazia questão disso”.

Otoni afirma que Goiás não foi o único estado onde a presidente adotou essa postura. “A presidente Dilma tem um método um pouco diferente, e isso foi apenas em Goiás, tem sido em todo país. Todas as visitas que ela tem feito aos Estados, ela tem feito questão de separar aquilo que ela chama de visita técnica e aquilo que ela chama de visita política”.

Rubens compreende que esse tipo de postura gera insatisfação entre o meio político, já que, há o costume de todas as visitas se tornarem políticas, mas na visão dele, isso mostra a capacidade e o controle de gestão que Dilma possui.

“Para o setor político cria um descontentamento porque é natural que todos queiram participar, mas para ela, isso afirma sua capacidade e controle da gestão, é isso que ela tem feito, mas não deixa de criar um aborrecimento, até pelo costume que já havia, de todas as visitas serem políticas”, diz o parlamentar.

O petista releva que os deputados goianos foram informados que se tratava de um ato técnico. Procurou-se diminuir especulações de que Rousseff não tem dado espaço para o PMDB, assunto que vem sendo abordado nos últimos dias.

Em relação a uma possível crise instalada entre Palácio do Planalto e aliados, Rubens Otoni enxerga com naturalidade. Sobre o Partido Republicando (PR), o deputado assegura ser normal que as siglas busquem maiores espaços no Governo. “Não é um agravante, é uma situação normal no Congresso, volta e meia uma bancada reivindica um espaço maior no governo”.

A crise deve-se ao fato do Partido considerar que o nome não foi indicação da bancada. Segundo ele, o PR será mantido no Ministério dos Transportes. “Espero que o PR possa continuar no governo, na base de sustentação da presidente”. Rubens Otoni assegura que a presidente possui controle e espaço para negociar com as bancadas, tanto na Câmara quanto no Senado.

Operação Monte Carlo

“A chantagem acabou”. Assim o deputado Federal Rubens Otoni conclui a revelação feita no portal da Revista Veja. Segundo o petista, o objetivo do vídeo de 2004, é desviar as atenções da Operação Monte Carlo. “Foi uma gravação de oito anos atrás, que nesse momento ela aparece para fazer uma cortina de fumaça. Ela foi uma gravação clandestina, criminosa, postada evidentemente por quem está sendo investigado e está preso.”

Rubens revela que durante oito anos foi chantageado com o vídeo. Nas campanhas foram mostradas como ameaça. “Estão tentando desviar a atenção da Operação, essa sim, investiga a presença de atos ilícitos, possivelmente até dentro do aparelho do Estado”.

Otoni explica que não recebeu doações de Carlos Augusto Ramos e após o episódio não voltou a ter contato com o bicheiro. O deputado afirma ainda que assinou o pedido de CPI feito pelo colega Protógenes Queiroz (Pc do B – SP) para investigar o esquema deflagrado pela Polícia Federal.