A 66ª edição do Sagres Internacional começa abrindo aspas para o presidente do parlamento de Israel e líder do partido Azul e Branco, Benny Gantz. O militar israelense foi, ao longo de três eleições no país, o principal rival do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, mas os dois lados têm se aproximado, principalmente depois que Gantz se tornou presidente do parlamento de Israel, com o apoio de Netanyahu. Nesta semana, os dois chegaram a um acordo para a formação de um “governo de unidade”. 

“Neste momento, milhões de civis estão em suas casas depois de terem acordaram em uma manhã e percebido que seu local de trabalho está fechado ou que não vão receber o salário. Os autônomos estão quebrando e as empresas estão fechando, enquanto médicos e enfermeiras estão enfrentando batalhas diárias por vidas. Povo de Israel: estamos enfrentando a maior crise de saúde, econômica e social da história. Nós escolhemos proteger a democracia e lutar contra a pandemia”, disse. 

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu principal rival, Benny Gantz, anunciaram que formaram uma aliança para um governo de emergência nesta semana.

Assim, os dois colocam um fim a meses de paralisia governamental. Com esse acordo, evita-se a quarta eleição consecutiva em um ano. 

Na noite do último domingo (19), milhares de manifestantes, inclusive ex-parceiros políticos de Gantz, fizeram um protesto em Tel Aviv contra um possível acordo de governo. Eles acusavam Netanyahu de usar a crise do coronavírus para se proteger das acusações na Justiça.

Gantz, afirmaram os manifestantes, abandonou sua principal promessa de campanha. Ele foi criticado por querer formar um governo com Netanyahu. Ele argumentou que há uma crise de saúde pública, e que negociar uma coalizão é a única coisa responsável a se fazer.

“Estou em paz comigo mesmo e com minha decisão. Israel precisa de um governo de emergência nacional, e Israel vem antes de tudo”, ele afirmou na semana passada.

Elas contra a Covid-19 – O Tema do Dia no Sagres Internacional

Da Nova Zelândia à Alemanha, Taiwan ou Noruega, alguns países liderados por mulheres estão vendo relativamente menos mortes pela Covid-19.

E estas lideranças estão sendo elogiadas na mídia e nas redes sociais por suas atitudes, bem como pelas medidas que introduziram em face da atual crise global de saúde.

Um artigo recente da colunista Avivah Wittenberg-Cox na revista “Forbes” considerou essas mulheres como “exemplos de verdadeira liderança”.

“As mulheres estão se colocando à frente para mostrar ao mundo como gerenciar um caminho confuso para a nossa família humana”, escreveu.

As mulheres representam 70% dos profissionais de saúde em todo o mundo. Já no mundo político, em 2018, elas eram apenas dez dos 153 chefes de Estado eleitos, de acordo com a União Interparlamentar.

Apenas um quarto dos membros dos Parlamentos do mundo são mulheres.

Embora também haja outros fatores sociais e econômicos que favoreçam estes países no enfrentamento à pandemia, analistas acreditam que as trajetórias sociais das mulheres — e não qualquer condicionamento biológico — tornem sua conduta como líderes também diferentes.

Diana Ross – I’m Coming Out

Tsai Ing-wen, presidente de Taiwan: “A batalha global contra a covid-19 mudou a vida como a conhecemos. O mundo está cheio de incertezas sobre o que o futuro nos reserva, mas se essa crise nos ensinou alguma coisa, é o seguinte: juntos, nós podemos ser mais do que a soma de nossas partes”.

Angela Merkel, chanceler da Alemanha: “Eu acredito firmemente que podemos ser bem-sucedidos nessa tarefa (de combater o vírus), se todos os cidadãos realmente a entenderem como sua própria tarefa. Então, deixe-me dizer: é sério. Leve a sério, você também. Desde a reunificação, ou melhor, desde a Segunda Guerra Mundial, nosso país não enfrentava um desafio que colocasse à prova de tal maneira nossa ação solidária coletiva”.

Primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern: “Eu, ministros do governo e chefes executivos do serviço público vamos receber um corte de 20% nos salários pelos próximos seis meses, assim como temos conhecimento de Neozelandeses que estão sem salário ou recebendo com reduções e perdendo seus empregos como resultado da pandemia global de covid-19. Nós sentimos muito o sofrimento de tantos neozelandeses estão enfrentando e também as pessoas com as quais eu trabalho diariamente. Essa medida em si não muda a situação fiscal do governo, isso é sobre liderança”. 

Resposta precoce

A primeira-ministra da Islândia, Katrín Jakobsdóttir, apostou logo cedo em testar massivamente sua população.

Apesar da pequena população, de 360 mil habitantes, a Islândia evitou a complacência: medidas contra a Covid-19, como a proibição de reuniões de 20 pessoas ou mais, foram tomadas no final de janeiro, antes mesmo do registro do primeiro caso da doença.

Até 20 de abril, nove pessoas tinham morrido da infecção pelo novo coronavírus na Islândia.

Já em Taiwan, que oficialmente faz parte da China, mas, na prática, funciona (ainda) como um país soberano, a presidente Tsai Ing-wen criou imediatamente um centro de controle de epidemias e tomou medidas para rastrear infecções.

Taiwan também aumentou a produção de equipamentos de proteção individual (EPI), como máscaras. Até agora, registrou apenas seis mortes entre seus 24 milhões de habitantes.

Enquanto isso, na Nova Zelândia, a primeira-ministra, Jacinda Ardern, adotou uma posição difícil diante da covid-19. Em vez de “achatar a curva” dos casos, como muitos países estavam buscando fazer, a abordagem de Ardern foi mais contundente, para eliminar a curva.

O país impôs uma série de duras medidas quando as mortes no país por Covid-19 eram apenas seis — em 20 de abril, elas totalizavam 12. 

Fifth Harmony – BO$$

Mas, além de ter mulheres como líderes, esses países que estão respondendo melhor à crise têm outras coisas em comum. Todos são economias desenvolvidas, com um sistema de assistência social estabelecido e alta pontuação na maioria dos indicadores de desenvolvimento humano.

São países que também tendem a ter sistemas de saúde fortes, mais preparados para lidar com emergências.

Mas qual é a parcela do papel das lideranças mulheres no relativo sucesso destes países no combate ao coronavírus?

‘Tem tudo a ver com diversidade’

A maneira como essas líderes eleitas praticam política desempenha um papel, dizem analistas.

“Não acho que as mulheres tenham um estilo de liderança diferente do dos homens. Mas quando elas estão representadas em posições de liderança, isso traz diversidade à tomada de decisões”, diz Geeta Rao Gupta, diretora executiva do Programa 3D para Meninas e Mulheres e membro sênior da Fundação das Nações Unidas.

“Isso traz melhores decisões, porque você tem a visão tanto de homens quanto de mulheres”, disse ela à BBC.

É um contraste com a postura explosiva e a negação a fatos científicos adotadas por alguns de seus colegas do gênero masculino, como os presidentes dos EUA e Brasil, Donald Trump e Jair Bolsonaro.

Rosie Campbell, diretora do Instituto Global para Liderança Feminina no King’s College London, concorda que “os estilos de liderança não são inerentes a homens e mulheres”.

“Mas, devido à forma como somos socializados, é mais aceitável que as mulheres sejam líderes mais empáticas e colaborativas. E infelizmente há mais homens que se enquadram na categoria narcisista e hipercompetitiva”, diz Campbell.

Ela acredita que essa característica na liderança masculina “foi exacerbada pela tendência populista na política”.

No Doubt – Just A Girl (Gwen Stefany)

Ainda nesta edição do SI, você confere:

  • Itália tem mais curados do que novos casos de Covid-19 em 24 horas pela primeira vez; 
  • Câmara dos EUA aprova plano de US$ 484 bilhões para socorrer empresas e hospitais;
  • Argentina abandona negociações do Mercosul para priorizar política econômica interna;
  • Brasil é um dos países que menos realiza testes para Covid-19, abaixo de Cuba e Chile;

E ainda: a música mais tocada nas paradas da Rússia.

Intelligency – August

Mais músicas tocadas nesta edição

Chico Buarque – Tanto Mar

Chico Buarque – Fado Tropical

Ouça todas as edições anteriores

 

O Sagres Internacional vai ao ar todo sábado, a partir das 14h, no site Sagres Online. No domingo, a partir das 10h, na Rádio Sagres 730, de Goiânia-GO. O programa traz um enfoque apurado e contextualizado das relações globais e de seus efeitos para as comunidades locais. A apresentação é de Rubens Salomão, com análises do Professor Norberto Salomão

Acompanhe os casos de coronavírus em todo o planeta, incluindo os recuperados

Quer saber mais sobre o coronavírus? Clique aqui e acompanhe todas as notícias, tire as suas dúvidas e confira como se proteger da doença