“O pior furacão a atingir a Flórida nos últimos 100 anos”. É dessa forma que o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se referiu ao furacão Milton, fenômeno que deve atingir o país a partir desta quarta-feira (9). O chefe do executivo estadunidense inclusive cancelou toda a sua agenda para acompanhar o impacto do furacão.
O fenômeno vem surpreendendo meteorologistas e estudiosos da área. O Milton, como foi nomeado, começou a semana como furacão categoria 2, mas escalonou até chegar a categoria 5, a mais alta intensidade.
De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), o furacão Milton é uma das tempestades que mais rapidamente ganhou força no Atlântico, aumentando 140 km/h em 24 horas. Com esse aumento, o fenômeno deve atingir ventos máximos de 285 km/h.
Considerado o maior ciclone da história, o Tufão Tip, formado na região do Pácifico em 1979, alcançou o pico de intensidade com ventos máximos sustentados de 305 km/h.
A previsão é que o fenômeno cause chuvas e ventos torrenciais. A expectativa da NHC é que a tempestade pode levar chuvas de 250 mm para a Flórida. Em alguns pontos, o volume de chuva pode chegar a 380 mm. Para se ter uma ideia, o estado do Rio Grande do Sul, de acordo com a Metsul, teve 617,1 mm durante todo o mês de maio, período de uma das maiores catástrofes ambientais a atingir o Brasil nos últimos anos.
Prefeita pede urgência para fuga
Tampa, cidade localizada ao Oeste do Estado da Flórida, deve ser um dos lugares com maior impacto do furacão. E o discurso adotado por autoridades locais é de extrema preocupação. A prefeita de Tampa, Jane Castor, chegou a dizer em entrevista à CNN que as pessoas que ficarem nas áreas de evacuação irão morrer.
“A mensagem mais importante é que vocês precisam se preparar. Façam tudo o que for necessário e, em seguida, saiam das zonas de evacuação, que agora são as zonas de evacuação A e B. E, como todos já ouvimos tantas vezes, protejam-se do vento e corram da água. (…) Helene foi um alerta, isso [Milton] é literalmente catastrófico. Se você escolher ficar em uma dessas áreas de evacuação, você vai morrer”, alertou Jane Castor.
Após o alerta, o Estado da Flórida registrou engarrafamentos quilométricos de pessoas evacuando as cidades da região que será atingida. Apesar dos alertas, algumas pessoas decidiram por ficar na região.
Furacão também irá atingir o México
Os estados da região do Yucatán também devem ser atingidos pelo furacão Milton, mas de maneira indireta, uma vez que o fenômeno não tocará o solo mexicano. Apesar disso, existe uma preocupação latente com a formação de ondas gigantes que podem atingir a costa do país.
Segundo furacão em duas semanas
O furacão Milton é a segunda grande tempestade a atingir o Golfo do México em duas semanas. O furacão Helene trouxe destruição a vilas e cidades da região. Ao todo, 200 pessoas morreram por conta do fenômeno. Ele foi considerado o mais forte desde o Katrina, que atingiu os Estados Unidos em 2005, principalmente na região da Lousiana.
Para se ter uma ideia da força do furacão Milton, o Katrina alcançou a categoria 3, deixou 1800 mortos na época e 80% da cidade de Nova Orleans submersa. Estima-se que o impacto econômico do fenômeno ultrapassou 150 bilhões de dólares.
Como se forma um furacão
O furacão é um fenômeno que nasce a partir do momento em que a água dos oceanos atingem temperaturas superiores à 26ºC. A água acaba evaporando e se encontra com camadas mais frias, formando grandes nuvens de tempestades.
Nesse processo, a pressão atmosférica acaba diminuindo, atraindo massas de ar para partes mais altas do céu. Essas correntes passam a se movimentar rapidamente em formas de círculos, criando o olho do furacão.
Isso acaba gerando grandes tempestades e ventania. Apesar disso, no olho do furacão continua fazendo muito calor, sem nuvens e sem chuva. É por essa região que a água continua evaporando e alimentando o furacão.
Para serem classificados como um furacão, os ventos precisam estar acima de 119 km/h.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima