Nos últimos anos as “fake news” ganharam força com o desenvolvimento de uma tecnologia que, a partir da inteligência artificial, manipula vídeos que reproduzem a aparência, as expressões e até a voz de alguém. Em ano de eleições no Brasil, as “deepfakes” ampliaram os desafios do combate à disseminação das notícias falsas.

A criação de vídeos com o rosto de um candidato falando algo que não disse é o novo alvo de preocupação. Sobre o assunto o Manhã Sagres entrevistou o especialista em Tecnologia, Inovação e Segurança Digital, Arthur Igreja, que destacou que essa técnica de manipulação é razoavelmente nova.

“As primeiras ocorrências foram vistas por volta de três anos atrás nos Estados Unidos. Foram algumas demonstrações do quanto os vídeos poderiam ser manipulados. Um caso mais próximo de nós foi o vídeo do governador de São Paulo, o Dória, naquele suposto vídeo íntimo, que no final sabia-se que era um vídeo manipulado”, relembra.

Ainda é possível perceber algumas características nesses vídeos que dão a entender que são falsos. Contudo, Arthur destaca que a tecnologia tem se desenvolvido cada vez mais.

“A tecnologia continua avançando. Por enquanto, em grande parte desses vídeos ainda conseguimos ver que há uma alteração e que o rosto da pessoa não se mexe de forma fidedigna. Mas isso está melhorando a cada dia”.

Em síntese, Arthur explica que “deepfake” é toda manipulação de áudio, vídeo e fotografias para poder tentar levar o eleitor para um lado de uma mentira. Outro ponto ressaltado na entrevista é o fato de que este ano a internet será ainda mais utilizada para as campanhas eleitorais com as limitações da pandemia do novo coronavírus.

“Eu acredito que isso aumente essa vulnerabilidade já que a arena é digital. Então eu entendo que isso se torne mais grave. E a cada ciclo eleitoral, a cada dois anos, a tecnologia dá um salto gigantesco. Há 4 anos um vídeo desse era risível, há dois anos ele se tornou razoavelmente incrível e a tecnologia, além de estar muito avançada, ela está muito disponível”, defende.

Confira a entrevista completa a seguir