Já se passaram quase dois anos de pandemia e continuam a surgir polêmicas sobre a Covid-19, isolamento social e vacinas. Atualmente, quando o assunto é coronavírus, os imunizantes são o centro das discussões, pois ainda há quem não acredite na eficácia não quer se proteger da doença desta forma.

A nova onda de notícias falsas gira em torno de uma possível relação de vacinas que  usam a tecnologia do RNA mensageiro (m-RNA) contra Covid-19 com morte súbita. Intercorrências no futebol como o caso do dinamarquês, Christian Eriksen, e também a aposentadoria forçada do argentino, Sergio Aguero, do Barcelona, depois da descoberta de um quadro de arritmia cardíaca, têm sido usadas para sustentar essa ideia.

Em entrevista à Sagres, o cardiologista Marcos Perillo, especialista em Cardiologia Esportiva, explica que a associação não pode ser feita com base no fato em si, já que o histórico de saúde do atleta, mesmo sendo uma pessoa de “saúde inquestionável”, não é de conhecimento público. Assista a seguir a partir de 00:04:00

Perillo afirma que é preciso realizar estudos para chegar a uma conclusão geral. “Por isso a importância tão grande de quem teve covid e quem se vacinou, a partir do momento que sente alguma coisa, é claro que se não sente nada não precisa, mas a partir do momento que a pessoa teve covid ou se vacinou e tá sentindo sintomas, dor torácica, falta de ar, com palpitação é muito interessante você passar por um cardiologista ou por um médico de confiança, pra expor o que você está sentindo e saber se precisa investigar se for necessário. De fato essas notícias assustam, mas não tem relação direta com a vacina”, afirma Perillo.

Segundo o especialista, a letalidade da covid gira em torno de 2%. Sendo assim, a cada 100 pessoas infectadas, duas morreram ao longo desses dois anos de pandemia. Esse número pula para dois por milhão em caso de efeitos da vacina. Desta forma, Perillo garante que a preocupação não deveria ser com a dose do imunizante e sim com a falta da vacinação.

“O receio que devo ter, que uma pessoa saudável deve ter é de pegar a covid e vir a morrer, porque tem 2% de chance de morrer. Já o vacinado, esse número cai para números ínfimos, inclusive de internação com duas ou três doses. E o risco de complicações, mesmo tendo, a gente sai bem deles. A miocardite pós vacina, ela é muito bem resolvida, o índice de morte é pequeníssimo, mínimo, mas realmente o nosso receio tem que ser pegar covid, porque esse sim, dá miocardite grave, da trombose, leva a internação e tem o risco de morte”, ressalta.

Perillo ressalta ainda que esses problemas são sequelas que ficam após a pessoa se curar da covid e relata os sintomas que já foram notificados. “Nessa síndrome pós-covid os sintomas mais comuns são cabeça aérea, esquecimento, uma certa perda de memória, palpitações de repente dor no peito, falta de ar, fadiga grande pra fazer  as tarefas diárias, não conseguir voltar a uma capacidade funcional do exercício que você estava acostumado”.

O médico alerta que quanto antes o processo de reabilitação começa, que seria retorno às atividades físicas com exercícios moderados e supervisionados, menor a chance de um pós-covid prolongado.

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