O deputado estadual Samuel Belchior (PMDB) finalmente se pronunciou sobre uma suposta relação fraudulenta com a lobista Luciane Hoepers, presa durante a Operação Miqueias, que desarticulou uma quadrilha fraudava fundos previdenciários em parceria com agentes públicos.

O parlamentar optou por um discurso feito de forma improvisada, na tribuna da Assembleia Legislativa, na tarde desta terça-feira (1). Inicialmente, Samuel agradeceu o apoio que recebeu durante a última semana de amigos, companheiros políticos e de seus familiares. Depois fez uma rápida apresentação de seu currículo na política, antes de entrar no tema aguardado.

Samuel contou que às 6 horas da manhã, do dia 19 de setembro, chegaram a sua casa uma delegada e dois agentes da Polícia Federal. Ele disse que eles reviraram todas suas coisas, antes de apreender os dois carros que possui. O deputado agradeceu aos policiais por terem permitido que ele tirasse os filhos da residência antes que executassem o trabalho de busca e apreensão. O parlamentar classificou a situação como “um dos atos mais humilhantes que o ser humano pode passar”.

Sobre sua ida à sede da Polícia Federal em Goiânia, Samuel afirmou que foi convidado, e não preso ou conduzido de forma coercitiva, como alguns sugeriram. Ele citou que conheceu Luciane Hoepers somente em março deste ano e garantiu que não a levou a nenhuma prefeitura, presidente de instituto de previdência ou intermediou algum negócio para a quadrilha.

O presidente estadual do PMDB pediu para que todos os deputados lessem todo o inquérito, pois assim irão ter a certeza de que ele não teve qualquer participação. Disse estar sendo vítima de sensacionalismo por parte da imprensa.

No final do discurso, Samuel lançou um desafio para qualquer goiano ou brasileiro provar que ele apresentou Luciane a algum prefeito ou presidente de instituto previdenciário, ou ainda, ter intermediado algum negócio para a quadrilha.

O único deputado que se pronunciou sobre o caso, além de Samuel Belchior, durante a sessão, foi o líder do governo na Casa, Túlio Isaac (PMDB). O tucano citou que o parlamentar não teve a mesma humildade quando atacou o governo Marconi Perillo (PSDB), durante a Operação Monte Carlo.

Por fim, Túlio afirmou que daria um tempo para Samuel Belchior se recuperar, para então, os dois travarem um debate de igual para igual.