Após quatros anos da histórica conquista da América, em 2006, o Inter voltou a fazer festa em São Paulo. A classificação ainda carimbou a participação do Inter no Mundial de Clubes Fifa em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Isso porque o adversário colorado na final da Libertadores é o Chivas Guadalajara, do México, que não pode representar a Conmebol na competição mundial.
O primeiro confronto na decisão da Libertadores contra o Chivas será na próxima quarta-feira (11/08) no México. A grande final ocorre no dia (18/08), no Beira-Rio. O jogo contra Santos pelo Brasileirão, que seria realizado neste domingo, foi transferido, segundo informou a CBF.
O jogo
Não havia como começar diferente a semifinal entre São Paulo e Inter no Morumbi. Os donos da casa buscaram trocar passes e não perder tempo em tentar agredir a zaga colorada. O time de Celso Roth não acusou o golpe e neutralizou o ímpeto paulista nos 15 minutos iniciais. O São Paulo não conseguia atacar. Tanto é que a primeira finalização do jogo foi do Inter. Em uma boa jogada, aos 14min, Alecsandro chapelou Cléber Santana e chutou forte de fora da área. Ceni defendeu em dois tempos.
Dois minutos depois a equipe de Ricardo Gomes concretizou, enfim, sua conclusão. Hernanes enquadrou o corpo da entrada da área e soltou a bomba. A bola passou à direita de Renan. Aos 21min, novamente o Internacional chegou forte: Taison escapou pelo meio e concluiu a gol. Rogério Ceni teve que espalmar para o lado.
Gol
Foi impecável o desempenho do meio-campo colorado na etapa inicial. A anulação do ataque do São Paulo teve méritos total do sistema colocado por Celso Roth no jogo. Mas não era só se defendendo. Na saída de bola, Guiñazu, Tinga e companhia triangulavam na intermediária ofensiva. Somente em um lance pontual, os donos da casa poderiam marcar. E foi o que ocorreu.
Aos 30min, o São Paulo conseguiu falta pelo lado direito de ataque. Hernanes cobrou alto para a área. Renan, que vinha muito bem na partida, subiu para pegar a bola, mas ela acabou escapando. O lance ficou indefinido na frente do gol do Inter, e o zagueiro Alex Silva concluiu para as redes, 1 a 0.
O placar favorável fez o time paulista ganhar confiança. Contudo, aquilo que era o cenário de antes do gol se manteve. O São Paulo só buscava atacar com alçadas de bola para a área. Na maioria dos lances, a zaga colorada levou vantagem. O Inter poderia ter dado a resposta da mesma maneira que o seu adversário conseguiu furar o bloqueio. Alecsandro foi derrubado por dois jogadores na entrada da área, aos 40min. Falta boa para o time de Roth. D’Alessandro ajeitou o corpo e finalizou por cima do gol de Ceni. Foi a última oportunidade da primeira etapa.
Segundo tempo
Seria ótimo se o Inter fizesse um gol neste segundo tempo. Mas ninguém imaginava que isso iria ocorrer tão rápido. Aos 6min, D’Alessandro cobrou falta para a entrada da área e Alecsandro, na sua estrela de artilheiro, cutucou de calcanhar enganando o pulo do goleiro Rogério Ceni. Bola na rede, 1 a 1! Foi o 48º gol de Alecsandro em 99 partidas com a camisa do Inter. É o artillheiro da equipe na Libertadores com quatro gols, ao lado de Giuliano.
Mas a alegria colorada durou pouco. Dois minutos depois, o São Paulo voltou a ficar na frente no marcador. Ricardo Oliveira aproveitou rebote dentro da área e disparou um forte chute para o gol, 2 a 1. Mesmo assim, o resultado ainda favorecia o Inter, em função do gol qualificado.
A ideia, portanto, era segurar a bola, prender as jogadas e não deixar o São Paulo pressionar. Nos quase 40 minutos restantes, os donos da casa não conseguiram assustar o goleiro Renan. A equipe paulista tentava de tudo que é jeito criar oportunidades de gol, porém, o sistema defensivo colorado era eficiente. A entrada de Giuliano ainda ajudou o time de Celso Roth a segurar a bola no campo ofensivo. Nem a expulsão de Tinga, aos 33min, prejudicou o desempenho colorado.
Minutos finais emocionantes
Os 15 minutos finais pareceram décadas para a torcida colorada. O técnico do São Paulo, Ricardo Gomes, tentou de qualquer maneira mudar o cenário da partida. Colocou mais dois atacantes em campo. Porém, o Inter suportou tudo com muita experiência. Alecsandro cavou várias faltas na defesa são-paulina, ganhando minutos preciosos no jogo.
Aos 46min, o útlimo lance perigoso contra o Inter veio dos pés de Hernanes. O volante botou a bola na área e Renan, Bolívar e Fernandão ficaram brigando por ela. O goleiro colorado conseguiu se esticar e tocar para fora, cedendo escanteio. Depois de falta marcada em cima de Renan, na cobrança do escanteio, a euforia dos colorados pôde ser sentida. Carlos Amarilla apitou para o centro do gramado e acabou o jogo. O Inter estava na final da Libertadores da América e no Mundial de Clubes Fifa mais uma vez!
São Paulo: Rogério Ceni; Jean, Alex Silva, Miranda e Júnior César; Rodrigo Souto (Marcelinho Paraíba), Cléber Santana (Marlos), Hernanes e Fernandão; Dagoberto (Fernandinho) e Ricardo Oliveira. Técnico: Ricardo Gomes.
Internacional: Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Sandro, Guiñazu, Tinga, D’Alessandro (Giuliano) e Taison (Wilson Matias); Alecsandro. Técnico: Celso Roth.
Gols: Alex Silva (S), aos 30min do primeiro tempo. Alecsandro (I), aos 6min do segundo tempo. Ricardo Oliveira (S), aos 8min do segundo tempo.
Arbitragem: Carlos Amarilla, auxiliado por Nicolás Yegros e Milcíades Saldívar (trio paraguaio).
Cartões amarelos: Amarelos: Fernandão (S); Tinga (I) e Kleber (I). Expulsão: Tinga (I).
Local: Estádio Morumbi, em São Paulo.