O Atlético conheceu na noite desta terça-feira uma de suas piores derrotas na história. A goleada por 5 a 0 sacramentou a eliminação da Copa do Brasil – um torneio que oscila entre incomodo por disputar sem perspectivas de ser campeão e a salvação diante do dinheiro recebido nas cotas oferecidas pela CBF.
Antes de falar sobre o jogo, vou me deter a alguns discursos. Justificar a derrota por 5 a 0 na diferença de potencial financeiro entre as duas equipes é algo raso para analisar os fatos. Em cima deste argumento, o Atlético não poderia disputar a Série B com as dificuldades financeiras que tem, o Vasco não deveria estar na elite pelo mesmo motivo. Quando venceram o Cametá-PA por 7 a 0 tampouco foi lembrado. Desde 2010, o Atlético criou esta campanha de caça a Copa do Brasil quando chegou a semifinal e sofreu para escapar do rebaixamento no Brasileiro. Reconheço a ação do René em blindar o grupo e tenta desqualificar a derrota dos termos “vexame”, “vergonha” e etc… o perigo é isto virar justificativa pronta.
Falando sobre o time dentro de campo, até sofrer o gol em um lance que até a imprensa mineira reconheceu como uma atitude “antidesportiva” do árbitro, que não paralisou a partida para atendimento do goleiro Márcio, o Atlético estava bem posicionado, fechava os espaços e tentava explorar as saídas dos laterais cruzeirenses. Pipico e João Paulo armavam boas jogadas. Jorginho chamou a atenção pela personalidade. Ricardo Jesus tentava abrir espaços na atabalhoada defesa mineira.
Depois do gol, o Cruzeiro veio como uma avalanche e sua arma mais perigosa voltou a funcionar: a bola aérea. Pela direita, pela esquerda, pouco importava a origem. Quando chegava na área sempre levava perigo. Vinicius Araújo e Dedé subiram para ampliar. A partir daí, os jogadores se entregaram e levaram o jogo até o final pelo profissionalismo que lhe restam. A partir daí faltou dedo na cara, vibração… Robston só teve isso ao discutir com Nilton e Tinga após o apito final.
Durante a derrota do Atlético, me lembrei da frase dita por Eddy Etaeta, técnico do Taiti, ao final do jogo contra o Uruguai, em Recife:
“Eu prefiro ser o pequeno entre os grandes, que o grande entre os pequenos”.
A diferença de condições estruturais não pode ser usada como a justificativa para as derrotas, mas como um motivo de evoluir. Hoje o Atlético se sentiu confortável na condição de perdedor. Já que a Série B é a prioridade, que haja reação diante do Figueirense de Adilson Batista.
Artur e Ernandes serão os desfalques para o próximo compromiso. Rafael Cruz e Anselmo voltam a ficar a disposição. Ednei vai para a zaga e Mahatma Gandhi será a opção para a lateral esquerda.
Paulo Henrique Martins, Leonardo e John Lennon estão fora dos planos. A diretoria não fala abertamente, mas quando só se pensar em Ernandes e Rafael Cruz como titulares e Diogo Campos e Mahatma como opções – a vida acabou no Atlético para estes jogadores.