O futebol brasileiro vive um momento de mudanças, desde a iniciativa dos jogadores ao fundar o movimento Bom Senso Futebol Clube e principalmente agora com o vexame da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Nesse cenário, uma das maiores críticas está sob a falta de renovação no mercado de treinadores e o rodízio nos comandos técnicos dos clubes brasileiros.
O Goiás, por sua vez, segue um caminho contrário à esse. Ricardo Drubsky chegou para assumir o time após curtíssima passagem de Claudinei Oliveira, e, com o bom desempenho, vem se consolidando no comando do time. O treinador é visto nacionalmente como bom nome dessa nova geração de técnicos e tem sobre si grandes expectativas.
Como treinador, que vive diretamente a experiência, e também como estudioso do futebol, Ricardo Drubsky analisa como se dá a escolha por um técnico:
“Na contratação de um técnico tem que haver confiança e sintonia, e os clubes não tomam cuidado com isso. Fui gestor de futebol muito tempo, principalmente de base, onde eu contratava técnicos, e sei disso. No profissional, é da mesma maneira. Você está criando uma relação de trabalho onde tem que ter extrema confiança, então tem que ter cautela”.
Diante disso, ele rechaça a grande rejeição que os técnicos mais rodadas sofrem no mercado atual e diz que o problema da classe de treinadores não é idade:
“Esses treinadores mais experientes continuam sendo muito bons e, inclusive, são os espelhos da nova geração. Eu quero trabalhar até meus 67 anos e não vou me considerar velho e nem permitir que me chamem de defasado por isso. Não é a idade que determina se alguém é ultrapassado ou não, e sim a competência e a qualidade de seu trabalho”.
“O que tem que mudar no mercado brasileiro é a regulamentação da profissão, que hoje é muito falha. Devíamos ter leis e regras que disciplinem a entrada e saída de treinadores dos clubes, que trate mais pontualmente esse problema e impeça que a ciranda de técnicos aconteçam. O futebol brasileiro não vai mudar se isso não acontecer”, sentencia.