A secretária municipal de Saúde de Goiânia, Fátima Mrué, respondeu – em entrevista concedida com exclusividade ao repórter Gerliézer Paulo, da Rádio 730 – as críticas feitas por vereadores durante a sessão plenária na qual o prefeito, Iris Rezende (PMDB), realizou a prestação de contas referente ao segundo quadrimestre do ano.

Em sua maioria, os vereadores reclamaram de uma possível falta de diálogo por parte da secretária. Fátima Mrué, que estava na Câmara de Vereadores durante a prestação de contas, afirmou ter recebido as opiniões dos parlamentares com tranquilidade. “Eu sempre os atendi, talvez não na frequência que eles desejam. Alguns deles eu atendi mais de uma vez, no gabinete mesmo. Mais do que isso, eu propus vir até a Câmara a cada 15 dias para falar com eles. No entanto, eles disseram que a data e o horário não estavam adequados às necessidades deles. Por esse motivo, estou aguardando um novo posicionamento de agenda”, explica Mrué.

Com relação ao atendimento nas unidades, um ponto que preocupa a população é o fechamento temporário do Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Jardim América e do Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) do Jardim Guanabara. Ambos os locais estão sendo reformados e devem ser transformados em Unidades de Pronto Atendimento (UPA).  Além de ressaltar que está aberta ao diálogo com os vereadores, a secretária assegurou que o Ciams Jardim América e o Cais do Jardim Guanabara não ficarão fechados por um longo período. “O Ciams Novo Horizonte vai ser entregue em outubro e o Ciams do Urias Magalhães também vai ser entregue esse ano. A transformação em UPA é uma conquista muito grande, é uma ampliação da capacidade de atendimento. Estamos transferindo o atendimento dos locais que estão em reforma para as unidades mais próximas. A população não vai ficar sem atendimento. Se for necessário podemos discutir inclusive formas de transporte em determinados horários”, declara.

Apesar de Mrué atestar que o atendimento de urgência e emergência não será afetado pelas reformas na parte infraestrutural das unidades de Saúde, uma outra ‘reforma’, desta vez no que diz respeito às finanças da prefeitura, poderá aumentar o número de pessoas que esperam por cirurgias e exames eletivos, procedimentos que não são considerados urgentes ou emergenciais. Isso porque a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) cortou a verba destinada ao pagamento de 38 tipos de procedimentos médicos de alta e média complexidade.

De acordo com a secretária, o corte foi necessário para equilibrar as contas. “A conta não fecha. Temos prestadores que estão sem receber desde 2014. Quando os incentivos municipais são concedidos, o pagamento deles também tem que ser feito por meio de recursos do município. Eu não posso utilizar o dinheiro oriundo do Fundo Nacional para pagar um incentivo que foi o município que concedeu e não o Ministério da Saúde. Os prestadores podem se recusar a atender pelo valor determinado pela tabela do Ministério. Nesses casos, vamos buscar outros prestadores”, justifica.

A verba cortada pela SMS corresponde ao dinheiro utilizado pela prefeitura para complementar o pagamento feito pelo governo federal, conforme valores previstos na tabela do SUS. Com o cancelamento, o preço de procedimentos contratados da iniciativa privada pelo poder público diminuiu cerca de 87%. Sem o subsídio do Município, clínicas e hospitais particulares poderão deixar de atender pacientes do SUS.

Acompanhe a entrevista completa:

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