Em entrevista à Rádio 730, o secretário de saúde do Estado de Goiás, Antônio Faleiros, ameniza as críticas feitas pelo promotor Marcelo Celestino que afirmou que a saúde responde a metade das reclamações no Ministério Público de Goiás, além de haver disputa de poder dentro da administração do estado.
Faleiros assegura que mantém uma boa relação com os secretários Giuseppe Vecci e José Carlos Siqueira. “Não existe ciúmes, entendo que eles estão fazendo o melhor pra área deles, às vezes o melhor pra área deles, conflita com o melhor da área da ponta”.
Sobre a burocracia no atendimento relatada por Marcelo Celestino, Faleiros afirma que não há grupos que burocratizam a saúde. “Aqueles que fazem o controle interno devem fazer o que manda a lei, mesmo que isso traga morosidade. É preciso primeiro organizar o sistema de saúde”. Antônio alega que anos após a criação do Sistema Único de Saúde, o mesmo não está apto para uma gestão que tenha resultados. “Gostaria que na saúde andasse mais rápido, mas foge do nosso controle”.
A procura por medicamentos corresponde a maior parte das reclamações encaminhadas ao MP. O secretário explica que alguns desses remédios não estão no protocolo, mas para isso, foi criada a Câmara Técnica para que os promotores tenham condições de decidir se o pedido do paciente tem fundamento. “Caso eu atenda, serei penalizado por descumprimento do protocolo”.
O gestor aponta a falta de investimento dos municípios como agravante. Na visão dele, evita-se aplicação de recursos em procedimentos de média e alta complexidade para que a cidade não se torne um polo. “Os municípios assumiram a gestão e não investiram. Em Goiânia, os leitos públicos são todos do estado”, revela.
Pensando nessas demandas, o Estado objetiva criar um fundo para a saúde. Faleiros acredita que isso trará autonomia e agilidade para a pasta. “Quero cumprir minha promessa pro Marconi quando disse que Goiás teria o melhor SUS do Brasil”.
Terceirização da Saúde
Para o secretário de saúde a administração feita pelas Organizações Sociais (OSs) dará mais agilidade ao atendimento. Todos os hospitais públicos do Estado serão administrados pelas organizações.
Faleiros atesta que a administração será compartilhada até que as OSs tenham conhecimento de toda a situação administrativa do hospital. Além disso, o contrato mantém todos os funcionários, mas, caso os mesmos decidam sair, serão encaminhados para uma área que necessite dos trabalhos.
Agência Goiana de Regulamentação fará a fiscalização dos trabalhos. Questionado sobre o papel da Secretaria Estadual de Saúde após a entrega da administração, o secretário diz: “Quem entende de saúde é a Secretaria de Saúde, então o acompanhamento das metas e fiscalização do cumprimento das metas, essa nós não abrimos mão”. Antônio diz que o controle será exclusivo da secretaria.
Investimentos
Antônio Faleiros explica que o projeto Hospital de Urgências da Região Noroeste, o chamado Hugo II está em fase de análise. “Estamos conversando com os órgãos do governo e na sexta-feira será decidido em reunião com o governador Marconi Perillo”.
Em relação ao Credeq, o secretário revela que serão construídos cinco. “O governador ficou tão “empolgado” com o projeto, que autorizou a construção de mais quatro”. As áreas dos três primeiros já foram escolhidas, Rio Verde, Caldas Novas e Aparecida de Goiânia serão as cidades beneficiadas com a construção dos centros de tratamento.