O secretário de Estado da Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, detalhou em entrevista à Sagres 730 nesta quarta-feira (6), o aumento do número de casos da covid-19 em Goiás após as festas de fim de ano e sobre a vacinação para 2021. De acordo com o secretário, a taxa de ocupação de leitos de UTI aumentou 3% e a expectativa é que o Estado entre na segunda onda nos próximos 15 dias.

“A nossa ocupação aumentou 3% na UTI de forma sustentada, não é nada alarmante, mas é um fato, e nós percebemos isso nos dois primeiros dias úteis do ano na porta dos nossos hospitais”, afirmou. “A nossa impressão é que é o início da subida dessa segunda fase, chamada segunda onda, e nós imaginamos que aproximadamente dia 15, nós tenhamos uma ascendência maior da curva, mas é uma tendência que já esperávamos e parece que está se confirmando”, apontou.

De acordo com Alexandrino, a previsão da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) é que a segunda fase de contaminação da covid seja menor devido à vacina, que deve chegar no final de janeiro. “Diferente de alguns estados, nossa expectativa é que ela seja menor, porque ainda neste mês temos a expectativa da chegada da vacina”, afirmou. Mas o secretário alerta que a tendência é que haja uma redução no número de óbitos e não deve impactar na transmissão.

“O primeiro momento da chegada da vacina, nossa expectativa é de diminuir óbitos e não de impactar na transmissão, porque o primeiro grupo são extremos idosos, que não circulam muito, então a gente diminui óbito, mas não impacta na transmissão”, ressaltou. “No segundo momento, já em fevereiro e março, aí sim a gente começa descer na idade e impactar na disseminação. Então nossa expectativa é que tenhamos um aumento nos números de casos, mas que não reflita necessariamente na mesma proporção do número de óbitos”.

Vacina

Para o secretário, na segunda quinzena de janeiro deve começar a chegar as primeiras doses da vacina contra a covid-19. “Essa é uma expectativa real para chegar as vacinas ainda em janeiro e começar a vacinação no início de fevereiro”, apontou. “De fato esse silêncio público incomoda todos os secretários de Saúde, no entanto, temos buscado discutir internamente, eu tenho mantido diálogo com o ministro, com o presidente da Anvisa e com a presidente da Fiocruz, de forma que, unindo todas essas escutas qualificadas faz a gente acreditar nessa composição de cenário”.

No cenário nacional, segundo Alexandrino, a expectativa é que chegue ao Brasil a primeira remessa com dois milhões de doses da vacina de Oxford / AstraZeneca e depois deve ser disponibilizado a vacina do Instituto Butantan. “O Ministério da Saúde trabalha com curto prazo para fevereiro, esse é o primeiro momento. O segundo momento será em meados de março. De meados de março em diante, aí sim, um quantitativo bem maior de doses”, apontou. “A vacina AstraZeneca, que são dois milhões de doses, na sequência, no início de fevereiro, deve vir mais 15 milhões de doses da Fiocruz, em março mais 15 milhões e a partir de abril mais 25 milhões de doses da Fiocruz. Existe a previsão de mais 46 milhões de doses do Butantan”.

A previsão é que Goiás receba cerca de 150 mil doses da primeira remessa da vacina. “Desses dois milhões de doses, pela nossa proporcionalidade, caberia a nós cerca de 150 mil doses. O primeiro grupo deve ser com cerca de 122 mil pessoas acima de 80 anos, pessoas que moram em lares de longa permanência e indígenas aldeados”, afirmou. A expectativa do secretário, é que o Estado vacine cerca de 1,8 milhão de pessoas em 2021.

“O nosso intuito é vacinar pelo menos 1,8 milhão de pessoas no Estado, a depender da disponibilidade da vacina”, ressaltou. “Agora vacinar a completude da população, isso não é para 2021, mesmo porque todas as vacinas não estão testando em alguns grupos, por exemplo, crianças, adolescente, mulheres gestantes. Então, não tão cedo, esses grupos entrarão no calendário de vacinação, ou seja, cerca de sete milhões de pessoas certamente não vacinaremos, mas os grupos prioritários, com certeza, serão vacinados”.

Reunião

Ismael Alexandrino, deve se reunir com os secretários de Saúde dos 246 municípios para tratar do plano de vacinação contra a covid-19. Ele já se reuniu com os secretários de Anápolis, Aparecida e Goiânia. “A pauta principal da nossa conversa foi a vacinação, esses três municípios devido a sua população, Goiânia com 1,5 milhão, Aparecida com 590 mil, Anápolis 300 mil, realmente tem mais dificuldade. A gente conversou sobre salas de vacina e estratégias como um todo”, disse.

Segundo o secretário, a pasta deve realizar mais reuniões. “Nós estamos fazendo um esforço, vamos realizar nas cinco macrorregiões, para o acolhimento desses secretários, estamos preparando um material sobre a vacina para não restar dúvida. Logico que essa mudança é um desafio, mas vejo como oportunidade de renovação de energia e estamos fazendo todo esforço possível para otimizar o trabalho”, completou.

Organização Social

Os hospitais estaduais de Jaraguá, Pirenópolis e Santa Helena de Goiás devem mudar de gestão, de acordo com Ismael Alexandrino, o Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), organização social responsável pela administração, disse que não tem mais interesse na gestão das unidades.

“Nós estávamos tendo muita dificuldade em relação a essa Organização Social, quanto a prestação de serviços, muitas reclamações sobre salários atrasados, atrasos no pagamento de fornecedores, e isso estava atrapalhando no desempenho da unidade”, disse. “Então nós conversamos com a OS, eles disseram que não tinha mais interesse, que estavam tendo algumas dificuldades no relacionamento com o mercado como um todo, então entendemos isso e nos próximos dias já teremos as organizações sociais para gerir essas unidades”.

Para a mudança não afetar a continuidade da prestação de serviço, o secretário afirmou que a substituição da OS nas três unidades será feito por meio de um chamamento público. “Serão dois caminhos paralelos, o regular que demora um pouco mais e o emergencial que é feito agora e tem a duração máxima de 180 dias, para que não haja descontinuidade do serviço” .