O discurso positivista do técnico Luiz Felipe Scolari na véspera do jogo contra a Sérvia foi bonito, mas só até a segunda página. Depois de 45 minutos ruins no 1º tempo, o Morumbi inteiro se concentrou em um só som: o das vaias. No segundo tempo, além das vaias em alguns lances, o nome de Luís Fabiano foi gritado por alguns são-paulinos, que tiveram a resposta em seguida com o gol de Fred. Mas isso, aparentemente, ainda não incomoda ninguém na Seleção.
O técnico Luiz Felipe Scolari tratou a situação sem nenhum alarde e preferiu destacar que, após a partida, a esmagadora maioria foi embora para casa feliz com o resultado conquistado em campo. Felipão acredita que vai existir um apoio incondicional na estreia da Copa, na próxima quinta-feira, diante da Croácia, e acredita que a vaia é algo normal quando o time não está bem em campo.
“É normal, apareceram em Goiânia também e outros locais também quando a gente não jogou por 10, 15 minutos na condição que a gente sempre joga. Isso é normal, os jogadores sabem que isso pode acontecer nesses momentos, mas dos 67 mil que estiveram aqui, creio que pelo menos 65 mil saíram satisfeitos com o resultado. Tivemos um cartão de visita muito legal para o jogo contra a Croácia, onde acredito que vamos ter um apoio condicional do início ao fim”.
O lateral Daniel Alves seguiu o mesmo discurso do comandante e destacou que o apoio é sempre bem-vindo, mas que se a vaia acontecer, os jogadores não podem dar moral para essa situação. O jogador entende que a pressão em cima da Seleção é enorme pelo fato de jogar a Copa em casa, e destaca que será preciso muita frieza para chegar ao objetivo, que é o hexacampeonato.
“A gente tem que independer deles, a gente sabe que com o apoio o resultado pode ser favorável, mas temos que independer deles. Os adversários vão propor jogos táticos, muito difíceis e temos que ter muita frieza. O torcedor usa muito o coração, e às vezes fica complicado por isso. A grande da maioria das seleções que vamos enfrentar vai nos propor isso, temos que ter frieza, paciência porque se formos no ímpeto da torcida, podemos nos complicar bastante”, explicou.