O atraso na reforma do Colégio Estadual Heloísa de Fátima Vargas, em Nova Glória, a 199 km de Goiânia, no Vale do São Patrício, tem gerado polêmica e mudado a rotina de pais e alunos da cidade. As obras iniciadas ainda no governo passado tinham previsão de serem concluídas em 90 dias. Com parte da estrutura demolida, o prédio está abandonado e com as obras paralisadas. Desde agosto do ano passado, os estudantes dos períodos matutino e vespertino estão assistindo às aulas em salas improvisadas nos salões cedidos pelas igrejas e em uma casa alugada. Segundo informações de moradores, antes a casa servia como depósito de semente de capim. Até o hospital municipal já foi cogitado para ceder espaço para servir como sala de aula.

No início das obras, foram construídas quatro novas salas, hoje os alunos do período noturno se apertam em três delas. A outra é utilizada como depósito de materiais e ferramentas. Durante o semestre passado, a prefeitura cedeu o prédio da Escola Municipal Primavera para abriga-los, mas neste ano não foi possível.

O estudante Simão Pedro, 16, aluno da 3ª série do Ensino Médio Noturno, diz que, desde que se iniciou a reforma, são grandes as dificuldades no aprendizado. Muitos pais já tentaram matricular os filhos em colégios de Ceres, cidade que fica a 25 km de Nova Glória. “Se tivesse transporte, eu me transferia”, diz Simão.

Simão criou uma página na rede social Facebook para “mobilizar a população sobre a atual situação de nosso colégio”. Desde o dia 27 de dezembro do ano passado ele posta fotos da situação do prédio, notícias ligadas à educação, faz enquetes e participa dos debates com a comunidade. A página tem atualmente 104 membros, o município, segundo dados do IBGE, possui 8.508 habitantes.

colegio nova gloriaNas imagens postadas por Simão, é possível ver a situação de abandono do prédio, com materiais de construção e ferramentas espalhados. O telhado foi retirado e a chuva sobre a laje provoca infiltrações, mofo nas paredes e alagamento no piso. A fiação elétrica está exposta, o que oferece risco à população, já que parte do muro está quebrada e possibilita o acesso ao colégio. O pátio está tomado por mato alto e a quadra de esportes sem condições de uso.