Vai até sexta-feira (29) em Goiânia o festival Primeira Semana do Choro. O evento, que celebra o Dia do Choro, acontece em diversos locais da capital, e reúne uma série de atividades como apresentações culturais, oficinas, masterclasses e concertos sobre o tema. Clique aqui para conferir a programação

O professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), músico da banda da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) e coordenador do festival, Miqueias Felipe Costa Feitosa, explica as razões que levaram à realização da Semana do Choro.

”Uma das justificativas para esse evento acontecer foi trazer essa atividade de forma que a gente pudesse ter uma representatividade aqui no Cerrado, tanto da propagação do Choro, juntamente com os músicos das bandas militares com os músicos do instituto”, afirma.

Assista à entrevista a seguir a partir de 00:04:00

O choro é um dos mais originais estilos de música, principalmente instrumental, cuja origem remonta o século XIX. Nascido no Rio de Janeiro, o choro ganhou forte expressão nacional, tornando-se um símbolo da cultura brasileira.

”É um encontro de músicos profissionais, estudantes, civis, militares, todos nós em um grande encontro em torno de Pixinguinha, do cavaquinho, do pandeiro, da Chiquinha Gonzaga, é uma alegria muito grande”, afirma o professor do IFG e também coordenador do festival Lamartine Silva Tavares.

O capitão da Banda da PM-GO, Marcelo Eurípedes Furtuoso, fala da importância de se levar a história do chorinho a quem sequer conhece o estilo.

”O importante agora é que nós conseguimos levar muitos leigos as informações do que é o chorinho e mostrar a ele um Brasileirinho, um Tico-tico no fubá, músicas que hoje assistimos até na televisão mas ninguém nem sabia que estilo era esse”, aponta.

As atividades serão realizadas na Academia da Polícia Militar de Goiás, Associação dos Subtenentes e Sargentos do Estado de Goiás e Sesc Cidadania, no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON) e no Instituto Federal de Goiás. Além disso, os shows vão ocorrer em diversos bares da capital, como o Breguelas Bar, Zé Latinhas e Casa do Celso Bar e Restaurante.

O festival conta com realização do IFG, Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de Goiás (CMus), Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO) e Estúdios Falange.

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Foto: Instagram/@primeirasemanadechoro

Origem

De acordo com o portal Música Brasilis, a história do Choro começa em 1808, ano em que a Família Real portuguesa chegou ao Brasil. Depois de ser promulgada capital do `Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves´, o Rio de Janeiro passou por uma reforma urbana e cultural, quando foram criados muitos cargos públicos.

Com a corte portuguesa vieram instrumentos de origem européia como o piano, clarinete, violão, saxofone, bandolim e cavaquinho e também músicas de dança de salão européias, como a valsa, quadrilha, mazurca, modinha, minueto, xote e, principalmente, a polca, que viraram moda nos bailes daquela época.

A reforma urbana, os instrumentos e as músicas estrangeiras, juntamente com a abolição do tráfico de escravos no Brasil em 1850, podem ser considerados uma “receita” para o surgimento do Choro, já que possibilitou a emergência de uma nova classe social nos subúrbios do Rio de Janeiro, a classe média, composta por funcionários públicos, instrumentistas de bandas militares e pequenos comerciantes, geralmente de origem negra.