Valdeci Rodrigues, especializado na cobertura do Congresso Nacional, destaca em entrevista à Rádio 730 como está clima no Senado, ainda sem presidente para Comissão de Ética, esse deverá ser responsável pela apreciação do pedido de cassação aberto pelo PSOL contra o senador Demóstenes Torres (Sem Partido).

Por falta de um presidente para Comissão de Ética, o Senado permanece parado. Valdeci revela que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) se pronunciou ontem (09) no sentido de que o nome será encontrado, dentro ou fora do PMDB.

Segundo o jornalista, a defesa do Senador Demóstenes tenta desqualificar a investigação da Polícia Federal alegando que Torres não poderia ser ouvido sem autorização do Supremo Tribunal Federal. Por outro lado, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirma que não houve ilegalidade nas investigações.

Valdeci Rodrigues explica que parlamentares foram até a Procuradoria Geral da República, mas não obtiveram acesso ao conteúdo da investigação, a mesma encontra-se em segredo de justiça. Com o fato, somente a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é possível tomar conhecimento dos fatos.

Pela proporção adquirida, o caso do Senador goiano, Demóstenes Torres, é considerado insustentável pelos parlamentares, com isso, o jornalista acredita que não há como o ex-democrata escapar de uma investigação. Rodrigues revela que ainda hoje (10), deve sair uma definição de como o Congresso Nacional ira se comportar diante da crise.

Além do posicionamento, é esperado que os senadores comecem a recolher assinaturas para abertura de uma CPI objetivando investigar a relação de Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira.

Em Brasília, uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) não é descartada. De acordo com Valdeci, existe a alegação de que deputados ficariam constrangidos para convocar senadores. Com a criação dessa comissão, deputados e senadores fariam parte.

Outro ponto levantado pelo jornalista é o interesse dos petistas na investigação. Segundo ele, com esse processo, o foco é desviado, ficando o escândalo do Mensalão, o maior do governo petista, em segundo plano.