Os servidores públicos do Estado de Goiás decidiram, em assembléia realizada nesta segunda-feira (17), paralisar totalmente as atividades de todas as categorias. A greve será mantida até que o pagamento dos salários do mês de dezembro seja efetuado.
A presidente do Sindicato estadual dos Trabalhadores da Saúde (SindiSaúde), Maria de Fátima, disse que a reunião contou com representação de todas as áreas que ainda não tiveram a situação regularizada. Segundo ela, a decisão foi unânime. “Foi uma assembleia boa, produtiva, e com grande participação de todas as categorias do Estado”, comentou Maria.
“Nós vamos estar entrando de greve, vamos paralisar nossas atividades, até que o pagamento do mês de dezembro esteja em nossas contas, ou seja, um tempo indeterminado, já que não tem posição do governo em quitar essa folha do mês de dezembro”, afirmou. A presidente do SindiSaúde explicou que as atividades classificadas como essenciais deverão manter 30% dos funcionários trabalhando, como é previsto em lei.
Prazo até o dia 19
Em ofício enviado pela Secretaria da Fazenda (Sefaz) ao Ministério público, o Estado se compromete a divulgar na próxima quarta-feira (19) o dia de pagamento do salário de dezembro a cada categoria em atraso. De acordo com Maria de Fátima, os servidores não consideram a possível divulgação do cronograma de pagamento.
“Nós protocolamos no dia 12 um ofício lá no Ministério Público dando prazo para o dia 14, portanto se o Ministério Público acertou esse cronograma (para o dia 19) com o governo, não foi o que as categorias decidiram. Daí a deliberação da paralisação a partir de amanhã, e essa mesma paralisação foi oficializada ao Ministério Público”, ressaltou Maria. Segundo ela, o governo tem dinheiro para fazer o pagamento e, por isso, a indignação dos servidores é maior.
“A gente não compreende porque o governo não paga a folha de dezembro, já que nós sabemos que ele tem dinheiro em caixa suficiente para pagar”, disse. O governador Marconi Perillo afirmou em entrevista coletiva, que ainda não conseguiu a viabilização dos recursos necessários para o pagamento.
“Ainda não viabilizamos os recursos todos, julgamos ainda muito cedo para uma informação mais precisa. De qualquer maneira, o nosso prazo é no dia 19, e no dia 19 nós vamos apresentar esse cronograma”, explicou Perillo. O governador se mostrou tranquilo com a possibilidade da greve, e não anunciou nenhuma medida contra a paralisação. “Vamos tratar com respeito aos direitos de greve, dentro dos parâmetros da legislação”, disse.
Funcionários da Segurança continuam trabalhando
Apesar de também não ter recebido os salários de dezembro, os funcionários da segurança pública não optaram pela paralisação. O presidente da União Goiana dos Policiais Civis, Ademar de Oliveira, informou que o motivo pelo qual a categoria não irá entrar em greve é que um acordo foi feito com o governo.
Segundo ele, a Polícia Civil, junto com a Polícia Técnica, Polícia Militar e Agência Prisional, se reuniu com o secretário de Segurança Pública, João Furtado, na última quinta-feira (13), onde foi negociado que o salário de dezembro seria pago para os servidores da segurança até o próximo dia 20.
“O governo disse que ia viabilizar esse pagamento, nós estamos com a expectativa que seja bem-vinda as nossas reivindicações, portanto não há que se falar em paralisação”, disse Ademar.
Outra entidade atua na representação do pessoal da Segurança Pública de Goiás, o SINPOL-GO, aderiu à paralisação, portanto a categoria está dividida. O SINPOL-GO está chamando os Policiais Civis para a greve no site da entidade.