Se tornou frequente nos últimos dias, com o avanço da vacinação, que as cidades divulguem cada vez mais rápido a diminuição da faixa etária de imunização. Porém, em entrevista à Sagres, a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, destacou que essa não é maneira correta de avaliar como está o andamento da vacinação.

“A gente tem passado para a população para prestar atenção no percentual da cobertura vacinal, qual percentual da população foi vacinado no município. Isso que é importante, porque os estudos mostram que quando a gente tem 80% da população vacinada, o impacto é muito grande em internações, óbitos e, em alguns locais, a gente tem visto impacto na redução de casos”.

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A cobertura vacinal é um termo utilizado para se referir ao número de pessoas vacinadas, conforme a população daquele local. Por exemplo, em Goiânia, a população estimada é de cerca de 1,5 milhão de habitantes. Para atingir 80%, percentual citado pela superintendente, seria necessário imunizar 1,2 milhão da população. Vale ressaltar que a campanha de vacinação contra Covid atende apenas adultos maiores de 18 anos, logo o percentual precisa ser considerado em relação a este público, ou seja, os números colocados acima, servem apenas como média.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), até esta segunda-feira (13), a cobertura vacinal da população geral da Capital, com a primeira dose era de 38,83%. Já a cobertura da segunda dose (e dose única) representou 16,52% da população.

A afirmação é feita no momento em que gestores municipais solicitam ao Estado, um aumento no número de doses enviadas aos municípios, argumentando que há um atraso em relação às outras cidades de Goiás. Segundo a superintendente foi estabelecidos que 60% das doses recebidas serão distribuídas para todos os 246 municípios goianos, enquanto 40% serão utilizados para as cidades que possuem menos de 50% da cobertura.

“Na sexta-feira, quando a gente avaliou, saímos de 205 municípios com menos de 50% da população vacinada para 90 cidades, então já vimos que conseguiram elevar as suas coberturas vacinais. Veja bem, eu não estou falando de idade, porque a mesma quantidade proporcional com 40 anos em um município, não é a mesma quantidade do outro”, detalhou Flúvia.

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Como há um atraso no registro dos vacinados em alguns municípios, a superintendente explicou que para evitar “falhas” a divisão será de acordo com a quantidade de doses distribuídas pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). “A gente precisa de homogeneidade na cobertura e que todos entendam isso. Quando a gente chegar com todos os estados com 80% de vacinados, com certeza a gente vai ver um impacto muito grande nos dados que a gente apresenta toda semana”.

Queda no número de casos

Os números de casos de Covid e mortes causadas pela doença tem apresentado queda nos últimos dias. A superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, afirmou que espera que essa diminuição seja sustentada e que os números continuem caindo. “Quando a gente olha os maiores de 60 anos é muito bom ver o quanto diminuiu a internação e isso é vacina. Estão mostrando, confirmando a efetividade da vacinação. E agora que a gente está vacinando faixas etárias menores, a tendência é que a gente veja diminuir cada vez mais em relação à internação e óbitos.”

Mas Flúvia ainda deixou claro que todos os cuidados precisam ser mantidos para que os números não voltem a aumentar e para evitar o surgimento de novas variantes. “A gente ainda tem casos sendo transmitidos, vírus circulando e mesmo quem tomou vacina precisa usar máscara, precisa de distanciamento, precisa manter os cuidados”.

Eventos testes

A Secretaria de Estado de Cultura (Secult), realiza às 19h do próximo sábado (17), a 4ª Live Cultural Solidária, em conjunto com o 2º Arraiá Goiânia, no Teatro Goiânia. O evento será um teste e vai ocorrer de forma híbrida, com transmissão pela internet e com a liberação de 50% da capacidade do público, ou seja, 350 pessoas. Os presentes no local serão convidados que já receberam, ao menos, a primeira dose da vacina contra Covid-19.

A superintendente afirmou que esses eventos precisam ser feitos a partir de agora e que há exemplos no mundo todo de como conduzi-los. “Mesmo avançando a vacinação, a gente sabe que o vírus está circulando, então quanto mais segurança a gente tiver e que essas atividades possam retornar, é o melhor para todo mundo. Mas isso precisa ser feito com segurança e o evento teste vem para mostrar isso”.

Sonre o retorno de público aos estádios, Flúvia afirmou que desconhece estudos sobre, mas que “nada impede que isso [eventos testes] seja aplicado em jogos”.