Com informações do repórter Vinícius Tondolo.

O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) lançou esta semana campanha publicitária com três vídeos nas redes sociais acusando o governo estadual de maquiar os índices divulgados para favorecer a imagem do vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton (PSDB), possível candidato a sucessão de Marconi Perillo nas eleições em 2018.

Nos vídeos, são feitas cobranças de valorização da carreira e críticas rejeitando o concurso para reforço da categoria, que prevê aos novos agentes remuneração salarial de R$ 1.500. O presidente do Sinpol, Paulo Sérgio Alves, justifica a estratégia adotada para chamar a atenção do público para as limitações vividas pela categoria.

Assista a seguir a um dos vídeos da campanha do Sinpol, divulgado no site Youtube.

https://www.youtube.com/watch?v=watch?v=TdhqaWt-J8U

“Existe uma tentativa do governo de maquiar índices dizendo que a segurança pública vai muito bem, que está baixando os índices, mas nós mostramos números que revelam que, em comparação com os três primeiros meses de 2015, em 2016 nós tivemos aumento em homicídios, aumento também em roubos, furtos, a gente quer mostrar a verdade”, afirma.

Além das acusações, o presidente do Sinpol aponta quais os aspectos mais emergenciais da corporação. Paulo Sérgio bate na tecla da questão salarial, e não considera digna a remuneração recebida pelos agentes.

“Primeiro: valorização profissional. Então tem que se contratar policiais pagando um salário digno. É garantir um plano de carreira que nós tentamos negociar com ele para que os policiais trabalhem ainda mais felizes, porque nós gostamos de trabalhar como policiais. Quem conhece de segurança pública, é quem trabalha com segurança pública”, afirma.

A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás (SSPAP-GO) emitiu nota oficial assinada por toda a cúpula na qual avalia como “inacreditável que uma entidade, em nome de seus sindicalizados, exiba uma peça publicitária onde um ator contratado faz as vezes de criminoso e debocha das forças de segurança de Goiás, tratando os policiais como sendo comédia”. Paulo Sérgio rebateu o posicionamento oficial do governo.

“O governo reagiu da pior maneira possível. Reagiu pessoalizando a questão, citando o meu nome, como se o Paulo Sérgio tivesse lançado isso. Não. Foi o Sinpol. Hoje eu tenho praticamente 100% do apoio dos policiais civis, que já estavam revoltados, agora estão mais revoltados ainda”, destaca.

Leia a seguir, na íntegra, a nota enviada pela SSPAP-GO.

“É com indignação que os subscritores da presente nota vêm, de público, repudiar com veemência a veiculação de vídeos produzidos e patrocinados pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol).

Impossível recordar-se de situação tão irresponsável que tenha ocorrido desde o início da atuação deste sindicato.

Classificar a referida campanha como mentirosa e que presta um desserviço à sociedade e às forças policiais é o mesmo que utilizar-se apenas e tão somente de eufemismos para tratar dos vídeos em questão.

É inacreditável que uma entidade, em nome de seus sindicalizados, exiba, por exemplo, uma peça publicitária onde um ator contratado faz as vezes de criminoso e debocha, explicitamente, do trabalho das forças de segurança do Estado de Goiás, tratando os policiais como sendo comédia. Um vídeo que, vale ressaltar por inúmeras vezes, idealizado, produzido e divulgado pelo próprio Sindicato dos Policiais Civis – um despautério completo, uma afronta não ao governo, mas a cada policial goiano que presta serviço de excelência e honra sua insígnia.

É lamentável a forma como os policiais são desrespeitados na suposta “campanha de valorização”. Nunca se viu tamanho despropósito, mesmo porque, em Goiás, não há lugar onde a polícia não entre. As forças de segurança fazem valer sua autoridade no exercício de sua missão, atuam com dedicação e denodo.

Mais: todos têm consciência de que as polícias de Goiás estão entre as melhores equipadas do Brasil. Possuem armas, veículos e equipamentos de proteção individual adequados e que são ampliados ou repostos conforme solicitação dos comandos.

Importante destacar que, quando das discussões sobre o novo concurso público, foram pelas entidades, entre elas o Sinpol, apresentadas duas alterações na proposta para recomposição do efetivo com a realização de concurso público: ensino superior completo como condição para ingresso na carreira e que o interstício para progressão seria de quatro anos. Na mesa de negociações, todos demonstraram amplo entendimento e foi formalizado acordo nos termos propostos pelas entidades, entre elas, repetimos, o Sinpol.

Causa perplexidade a atuação do atual presidente do Sinpol, Paulo Sérgio Alves de Araújo. Inadmissível que um líder sindical paute sua atuação por questões político-partidárias. Ele participou de reunião, na mesa pediu desculpas pelo seu comportamento inadequado, debateu a questão relacionada ao novo concurso. Fez proposta, fechou acordo juntamente com outras entidades, mas vem agora alcunhar de maluquice do governo uma proposta que teve a sua origem na força-tarefa da segurança pública, integrada por representantes de todos os poderes constituídos, além de entidades relacionadas com o tema. Mais grave: teve a sua expressa concordância.

Tais atitudes do presidente do Sinpol não refletem, definitivamente, o que pensa a corporação. A Polícia Civil é formada por trabalhadores sérios, honestos, por homens e mulheres comprometidos com o que fazem dia após dia.

São estes mesmos homens e mulheres que terão, por exemplo, direito à assistência jurídica quando demandados por ato praticado no exercício de sua missão. Tal iniciativa põe Goiás na vanguarda do Brasil no que diz respeito à proteção institucional dos servidores da segurança pública, proporcionando ao policial a tranquilidade para bem exercer a profissão.

Vamos avançar mais. Sabemos da importância de novas conquistas para as forças policiais. Mas, somente um governo que investiu mais de R$ 2,7 bilhões em segurança pública em 2015 (12,55%), que rotineiramente entrega novos equipamentos, que realmente valoriza seus policiais tem as credenciais necessárias para fazer com que todos creiam, com convicção, que os avanços futuros são possíveis.

Não vamos admitir a proliferação de falsidades. Temos os números que provam a redução da criminalidade em nosso Estado. Isso se deve ao trabalho executado por pessoas de bem, como nossos policiais. Eles, assim como todos os goianos, merecem consideração e respeito.

José Eliton de Figuerêdo JúniorVice-governador e secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP)

Coronel Divino AlvesComandante-geral da Polícia Militar de Goiás

Álvaro CássioDelegado-geral da Polícia Civil

Coronel Carlos Helbingen JuniorComandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás

Rejane da Silva Sena BarcelosSuperintendente da Polícia Técnico-Científica de Goiás

Coronel Victor DragalzewSuperintendente Executivo de Administração Penitenciária

Coronel Edson AraújoSuperintendente executivo da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária”.