Criador da plataforma online Congressy, que atua no Brasil e em 6 países, Wyndson Oliveira (Foto: Sagres Tv)

O desemprego passa longe da área de Tecnologia da Informação (TI). No Brasil, entre 2018 e 2024, devem ser criados mais de 420 mil novos empregos na área de TI, segundo uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Mas especialistas acreditam que nem 50% dessas vagas serão preenchidas, por falta de experiência profissional.

“Na verdade, os bons profissionais de Goiás têm sido assediados por empresas do Sul do Brasil e até do exterior, eles saem do Estado, atraídos por bons salários e melhores condições de trabalho”, disse o presidente da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação do Estado de Goiás, (Assespro-GO), Deybson Santana.

Wyndson Oliveira é o criador da Congressy, uma plataforma para gestão online de eventos, que atua no Brasil e em 6 países. Ele conhece na pele o problema da falta de mão de obra qualificada. “Hoje, precisamos contratar 4 profissionais de TI, mas estamos tendo muita dificuldade”. Para mudar esse quadro, a Assespro-GO deve investir ainda mais no ano de 2020 em curso de formação e qualificação para profissionais de TI. O incremento vem por meio de uma parceria com Ministério de Desenvolvimento Regional, chamada de ROTA TIC, a sigla TIC significa Tecnologia da Informação e Comunicação.

Risco de apagão

A necessidade de adequação das empresas para o mercado digital, o ecossistema de startups, que tem apresentando um crescimento exponencial e a escassez da formação de mão de obra qualificada são os fatores apontados para explicar a demanda. Hoje, no Brasil, somente 46 mil pessoas com perfil tecnológico se formam por ano.

Em 2018 os Estados de Goiás, Bahia, Pernambuco e Ceará concentravam 8,9% dos empregos na área de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), a demanda até 2024 será de 9,4%. Para o diretor do Founder Institute, Cláudio Ávila, é mais fácil formar esses talentos com a cultura da empresa do que encontrar profissionais mercado. Segundo ele as principais qualidades exigidas pelos profissionais na área de tecnologia é conhecimento técnico, coachability (capacidade que uma pessoa tem de receber um feedback e usá-lo para melhorar sua performance) e facilidade para trabalho em grupo.

“As habilidades são mais importantes no mercado de startups. Nós vemos claramente um domínio de negócios, vendas, marketing, conhecimento em tecnologia, suporte administrativo, apoio financeiro e jurídico. Em termos de profissão temos o conceito de CEO (presidente), CTO (diretor técnico), CMO (diretor de marketing) e o COO (diretor de operações)”, pontua o co-founder da Sírius Venture Capital e Gyntec, Felipe Pinho, acrescentando que a demanda vai depender da fase da startup.

O presidente da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação de Goiás (Assespro-GO), Deybson Santana explicou que o grande problema da produtividade na área de tecnologia está no desenvolvimento. A Tecnologia das Coisas (IoT), por exemplo, terá uma demanda de 107.139 vagas até 2024, seguida por Outras Tecnologias (desenvolvedores) com 53.136 vagas e Segurança, com 45.387 vagas. A perspectiva de investimento na área de IoT até 2022 segundo a Brasscom é de R$ 155,2 bi e R$ 396,8 bi em mobilidade de conectividade.

Outro grande problema enfrentado na área de tecnologia é o êxodo dos profissionais qualificados para os grandes centros. Salários maiores, estabilidade, segurança e qualidade de vida são os principais fatores que fazem com que os profissionais de TI se mudem para outros países. EUA, Canadá, Portugal e Alemanha são os principais destinos, segundo pesquisa do Boston Consulting Group (BCG). “Existem muitos profissionais atendendo clientes fora, mesmo estando no Brasil, e isso se deve à escassez de mão de obra, pois as empresas de fora oferecem uma plataforma melhor para um trabalho remoto. O Brasil precisa melhorar a metodologia de trabalho e a remuneração para se ter uma produtividade maior’, frisa o co-founder da Sírius Venture Capital e Gyntec, Marcos Bernardo, que ressalta ainda a necessidade do País assumir o papel de competição mundial.

Para o especialista, grande parte das startups brasileiras nascem para atender uma demanda nacional e até mesmo regional, enquanto a maioria das empresas de fora assume o papel de internacionalização desde o início. “Se as startups foram mais produtivas e lucrativas, elas podem remunerar melhor para que os profissionais fiquem aqui e até mesmo de trazer os profissionais de fora”, opinou.

Confira a reportagem de Silas Santos

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