A velha malandragem, o jeitinho brasileiro, realmente, não tem mais vez em muitos aspectos no país. E nesta quinta-feira, a Aparecidense teve absoluta certeza disso nos tribunais. Em julgamento no Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a Aparecidense teve punição confirmada, por unanimidade, pelo caso do massagista Esquerdinha, que impediu gol do Tupi-MG pelas Oitavas de Final da Série D, e dessa forma, está, de fato, excluída da competição.

O STJD até acatou o recurso do procurador-geral Paulo Schmitt de mudar o artigo do Código Brasileiro de Justiça Desportiva em que o caso foi julgado – ao invés do 205, que diz respeito a impedir o prosseguimento da partida, enquadrar no 243-A, que corresponde a atuar de forma contrária à ética. Mesmo assim, a exclusão foi retificada, apesar da defesa do advogado João Bosco Luz, presidente do Goiás, e até do prefeito Maguito Vilela, que estava presente.

A defesa da equipe goiana tentou colocar a instituição como vítima, e não como causadora da infração, e tentou manter a punição ao massagista, que foi de 24 jogos, e tentar a absolvição do clube, o que foi em vão. Com a punição, a Aparecidense tinha a opção de recorrer na Justiça Comum, mas em contato com a reportagem do PORTAL 730, o diretor de futebol, João Rodrigues, o Cocá, garantiu que vai acatar a decisão final do STJD.

“A gente perdeu aqui no Tribunal, vamos acatar, mas não vamos concordar com o que aconteceu aqui. Achei que fomos penalizados, mas pela lei nós não seríamos, só que se é para moralizar o futebol brasileiro, esperamos que agora mudem esse Código. Não vamos procurar a Justiça Comum, que o campeonato prossiga e a Aparecidense já se prepara para montar uma grande equipe”

Dispensados

Se mostrando bastante reticente quanto à manutenção da pena, Cocá entende que a decisão dos auditores já estava tomada antes mesmo do novo julgamente e seria muito difícil uma reversão. E como fica o massagista Esquerdinha, funcionário do clube e punido por 24 jogos? Segundo o dirigente, o funcionários e todos da comissão técnica, assim como os jogadores, terão os contratos rescindidos já nesta sexta-feira, e não ficam no clube.

“Não, já a partir de amanhã (sexta-feira) vamos paralisar tudo e só voltamos a partir do ano que vem. Ele (Esquerdinha) deixa de ser funcionários, assim como todos que vão rescindir o contrato, todos eles, porque agora a Aparecidense está de férias até Dezembro, que é quando a gente começa a preparar para iniciar um novo campeonato”