Duas mulheres-bomba mataram pelo menos 38 pessoas em trens lotados do metrô de Moscou no horário do rush desta segunda-feira (29), suscitando receios de uma campanha mais ampla contra a capital da Rússia por parte de militantes islâmicos do norte do Cáucaso.

Pânico

Testemunhas descreveram o pânico em duas estações centrais de Moscou após as explosões, com passageiros caindo uns sobre os outros em meio a nuvens espessas de fumaça e poeira, enquanto tentavam escapar do pior ataque contra a capital russa nos últimos seis anos.

Outras 64 pessoas ficaram feridas, muitas delas gravemente, e as autoridades disseram que o número de mortos ainda pode subir. O representante máximo de segurança da Rússia disse que as bombas estavam repletas de parafusos e varas de ferro.

Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque imediatamente, mas o chefe do Serviço Federal de Segurança (FSB), Alexander Bortnikov, disse que os responsáveis têm ligações com o norte do Cáucaso, região de maioria muçulmana e marcada pela insurgência, cujos líderes já ameaçaram atacar cidades, oleodutos e gasodutos em outras partes da Rússia.

“Foi cometido um crime terrível em suas consequências e hediondo em seu método”, disse Putin aos serviços de emergência em chamada de vídeo.

“Confio que os organismos de segurança não pouparão esforços para encontrar e castigar os criminosos. Os terroristas serão destruídos.”

O número de mortos faz do ataque de hoje o pior em Moscou desde fevereiro de 2004, quando um atentado suicida deixou pelo menos 39 mortos e mais de 100 feridos em um trem do metrô.

Esse ataque foi atribuído a separatistas tchetchenos. O líder rebelde Doku Umarov, que luta por um emirado islâmico que abranja toda a região, jurou no mês passado levar a guerra às cidades da Rússia.