O personal trainer e modelo Allan Lucena, de 34, anos, não frequentava qualquer lugar. Ambientes muito quentes estavam fora de rota. Camisas coloridas e justas também não entravam no armário dele que era recheado de peças brancas, pretas ou azuis marinho. Mesmo tendo esses cuidados, ele admite que o constrangimento era grande. “Eu não podia sequer levantar o braço para dar um tchau, quanto mais abraçar alguém” conta ele, que ainda tinha que conviver com as brincadeiras constrangedoras. “Eu não me sentia à vontade nos meios sociais em que frequentava, por várias vezes passava calor vestindo blazer’s para cobrir a marca do suor”.

A doença atrapalhava ainda os relacionamentos e até a vida profissional do modelo. “ Eu não podia vestir roupas antes das fotos ou desfiles e às vezes na prova de roupa já as manchava de suor, com isso perdi alguns trabalhos”, conta ele.

Vítima de chacotas e alvo de gozação desde a adolescência, Allan percebeu que o suor excessivo não era algo normal e procurou um médico. Descobriu que tinha hiperidrose nas axilas.

A sudorese excessiva pode aparecer na infância, adolescência ou na idade adulta. O médico Wesley Murakami explica que pessoas com hiperidrose podem suar mesmo quando a temperatura está baixa ou quando estão descansando. Segundo ele existem dois tipos de sudorese excessiva: primária e secundária. “A primária tem características genéticas e está diretamente relacionada com o estresse e a instabilidade emocional. Já a secundária aparece em decorrência de outras doenças, entre elas hipertireoidismo, diabetes, obesidade e alterações hormonais”.

SINTOMAS

A hiperidrose pode manifestar-se nas mãos, pés, axilas, rosto, sob as mamas, na região inguinal e no couro cabeludo, partes do corpo que contém maior número de glândulas sudoríparas. Nas hiperidroses primárias de fundo emocional, os sintomas desaparecem durante o sono ou sedação.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é clínico baseado nos sintomas, na história do paciente e deve avaliar a hipótese de hiperidrose secundária provocada por alguma doença de base.

TRATAMENTO

Decidido a tratar a doença, Allan procurou uma clínica. Pagou bem mais barato que o preço de mercado, mas não viu resultado. Depois de muito sofrimento e constrangimento, resolveu fazer o tratamento com um profissional especializado. “Em apenas uma sessão de aplicação de “Toxina Botulínica tipo A” já vi como melhorou. O suor diminuiu 80%. Ainda transpiro um pouco, mas nada comparado ao que transpirava quando está muito calor ou estou mais estressado.”

Segundo Wesley Murakami o tratamento de hiperidrose pode ser clínico ou cirúrgico. “Nos casos mais leves, podem ser indicados medicamentos por via oral e de uso tópico. A aplicação de Toxina Botulínica A (botox), feita por Allan, é uma das melhores opções para controlar a sudorese excessiva”, destaca o médico.

Feliz com os resultados do tratamento, a vida do personal trainer mudou totalmente. “Hoje sou mais autoconfiante e com certeza vou continuar o tratamento”.