O Dia Mundial da Saúde Mental deste ano é celebrado em um momento em que a rotina foi alterada, uma consequência da pandemia da covid-19. Os últimos meses trouxeram desafios para os profissionais de saúde, que prestam serviços em circunstâncias complicadas e aos alunos, que tiveram que se adaptar às aulas à distância.
Além disso, aos trabalhadores, cujos meios de subsistência estão ameaçados também sentiram o impacto da pandemia. O grande número de pessoas presas na pobreza ou em ambientes humanitários frágeis, com muito pouca proteção contra o novo coronavírus, também foi um desafio para a sociedade e autoridades.
Sobre o tema o Debate Super Sábado recebeu a psicóloga da Superintendência de Saúde Mental e Populações Específicas da Secretaria de Estado da Saúde, Elma Batista e o psicólogo da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia, Mayk da Glória.
Na oportunidade, a psicóloga Elma Batista destacou o quanto os profissionais da linha de frente são atingidos emocionalmente quando ocorre uma catástrofe e citou o que o governo tem feito para amenizar esses males nas vidas dos profissionais da saúde neste momento de pandemia.
“Assim que foi anunciada a pandemia o governo se empenhou em pensar em saúde mental desenvolvendo ações e estratégias para atendimento dos profissionais que ficariam na linha de frente. Por pesquisas e fatores existentes que ocorreram a nível mundial, se pensou muito nessa questão. Quando envolve desastre ou catástrofe, o quanto esses profissionais que trabalham na linha de frente ficam sobrecarregados e sentem esse desconforto emocional e o quanto eles precisam desse apoio, dessa orientação”, explicou.
Para auxiliar esses profissionais a Secretaria de Saúde do Estado criou um Centro de orientação (Coren). A princípio o projeto atingia apenas os profissionais da linha de frente na pandemia. Contudo, os serviços prestados pelo Coren hoje podem ser usufruídos por toda sociedade goiana.
Em Aparecida de Goiânia também existe uma preocupação com a saúde mental, como destaca Mayk da Glória. Ele conta que no início da pandemia o assunto já havia sido levantado. “No início da pandemia, quando a gente começou a se articular para poder pensar em estratégias de trabalho junto à população, uma das coisas que a gente investiu foi na atenção aos trabalhadores de saúde”.
Contudo, de acordo com a análise do psicólogo, a área de saúde mental ainda é um campo pouco priorizado. Segundo ele, essa situação ocorre em todo mundo. “Do investimento em saúde, que é realizado pelos países, menos de 2% é investido em saúde mental”, ressalta.
“A saúde mental tem sido muito debatida em três momentos específico: quando falamos em janeiro branco, pandemia e setembro amarelo. Só que não é possível construir uma rede de atenção à saúde mental eficaz e efetiva pensando em saúde mental apenas nesses três momentos”, avalia.