Valdinei Valério (Foto: Sagres on)

O superintendente da Rede Pró-Aprendiz, Valdinei Valério, coordena o grupo C20, um dos sete de envolvimento independentes compostos por organizações da sociedade civil, na preparação para o G20, encontro dos 20 países mais desenvolvidos do mundo, que será realizado em novembro, em Buenos Aires, Argentina. O objetivo do grupo é buscar assegurar que a posição em temas importantes como Educação, Trabalho e Inclusão seja tomada pelos líderes das nações participantes.

A Rede Pró-Aprendiz é uma aliança nacional que, por meio de parcerias, fortalece o desenvolvimento socioeconômico e promove a inserção de jovens no mundo do trabalho a partir de programas de Socioaprendizagem. “Os debates vão girar em torno de temas de extrema relevância global, como emprego decente, capacitação e atualização profissional e contínua, desenvolvimento local sustentável para a promoção do trabalho, fortalecimento da seguridade social, acesso inclusão e permanência na escola, acompanhamento da trajetória educativa, financiamento a educação de qualidade e justiça educativa”, destaca o coordenador.

“Entendemos que a educação é o “direito dos direitos” e uma maneira fundamental de acessar outros, como o trabalho e a segurança social. A educação de qualidade e igualitária é uma das formas de quebrar o círculo de reprodução da pobreza”, complementa Valério. Segundo ele, embora na maioria dos países do G20 a educação seja obrigatória, o número de anos de escolaridade e de jovens que realmente se formaram é muito heterogêneo. Um dos principais pontos é reforçar o papel do professor como agente-chave no processo de formação.

Os grupos buscam, de acordo com o coordenador, principalmente, que políticas públicas sejam implantadas de forma global, pois isso significa, dentre outros aspectos, sistema contínuo e localizado de formação de professores, projetos específicos de acordo com áreas de maior interesse, sistemas de avaliação e autoavaliação de professores que contemplam processos (e não apenas resultados), reconhecimento de conhecimento adquirido e processos de aprendizagem individuais.

“Vivemos em um mundo sem fronteiras, com muita facilidade de movimentação, especialmente para os jovens, que buscam oportunidades em todo o planeta, por isso a importância de que iniciativas mais adequadas e equacionadas sejam implantadas, visto que o que atinge um país tem reflexo nos outros”, destaca.

Dificuldades globais

Dados de organizações internacionais apontam que mais de 201 milhões de trabalhadores em todo o mundo estão desempregados, o que significa um aumento de 3,4 milhões desde 2016. “Esta situação coloca desafios importantes, uma vez que esses trabalhadores têm menos probabilidades de encontrar empregos seguros com renda regular e ter acesso à proteção social. Do mesmo modo, as pessoas em condições socioeconômicas vulneráveis, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas que vivem em locais distantes de centros de produção econômica, juntamente com a falta de apoio para um desenvolvimento local sustentável, exigem que o Estado atue como regulador das políticas econômicas e comerciais, com base em regulamentos de promotores de proteção e inclusão”, pontua Valdinei Valério.

Segundo o coordenador, o grupo busca, além de políticas públicas (incentivos e cotas especiais) para a inclusão laboral e a segurança social das mulheres e o cumprimento do objetivo de reduzir a diferença de gênero no mercado de trabalho em 25% até o ano de 2025, recomendado pelo C20 2017, para a proteção das redes de economia social, a alternativas como formas de desenvolvimento local. “Buscamos, assim, um sistema de incentivos às empresas para que promovam uma determinada cota de vagas para estágios e promoção do primeiro emprego do jovem, juntamente com o fortalecimento das capacidades sociais emocionais para esse fim”, finaliza.