O estado de Goiás já ultrapassou o número de 3 mil mortes decorrentes do novo coronavírus. De acordo com o boletim da Secretaria da Saúde (SES-GO), foram 988 óbitos no período entre os dias 6 e 26 de agosto. No mesmo período do mês de julho, foram 700 mortes pela doença.

A situação é triste e chocou até especialistas. Em entrevista à Sagres 730 nesta sexta-feira (28), a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, lamentou os números alcançados nos últimos dias.

“É um número muito triste. Eu tenho 20 anos de trabalho em doenças epidemiológicas e nunca pensei em viver uma situação como essa. Para se ter uma ideia, a dengue, em mais de 20 anos, não levou a morte metade dessa quantidade de pessoas que a Covid matou em 5 meses.”

De acordo com a superintendente, a pandemia teve o pico em momentos diferentes em cada região, e a Centro-oeste e Sul tiveram esses picos por último.

“As últimas regiões que estão passando por essa situação são a região Centro-oeste e Sul. No último mês, principalmente, a gente avalia essa dinâmica da doença e vê essas regiões aparecendo no pico”, explica.

Flúvia explica ainda que isso aconteceu porque é normal que a doença surja no centro e depois se propague para o interior. “Houve uma interiorização da doença. Ela iniciou nos grandes centros e depois vai para o interior. Isso aconteceu até aqui em Goiás. Começou em Goiânia e Rio Verde, que são grandes centros e foi se espalhando para o interior”, destaca.

Contudo, Flúvia Amorim ressalta que o Brasil, diferente de outros países, atingiu o pico e parou. Da mesma forma isso tem se repetido em Goiás. “Estamos no platô com uma oscilação menor. Ou seja, com uma velocidade menor. Porém, paramos praticamente lá em cima”, revela.

A superintendente alerta que exatamente essa é a grande preocupação. “Parando lá em cima você mantém a pressão no serviço de saúde. Por isso a taxa de ocupação dos leitos fica sempre entre 80% e 86% há mais de um mês”.