Apitou, começou! Na manhã deste sábado (30) a bola começou a rolar em mais uma edição da Taça das Favelas da Central Única das Favelas em Goiás (Cufa Go). Goiânia e Aparecida de Goiânia são as cidades sedes da competição que conta com 93 seleções de bairros, entre as modalidades masculina e feminina. Inclusive, o campeonato conta um número recorde de times femininos nesta edição, são 26 equipes.

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Além dos times de Goiânia e Aparecida, mais dez cidades convidadas participam da Taça das Favelas 2021. Os jogos estão sendo sediados nos Centros de Treinamento dos três principais clubes goianos, Atlético-GO, Goiás e Vila Nova. Em entrevista à Sagres, o presidente da Cufa Go, Breno Cardoso destacou a importância da realização de competições como a Taça das Favelas.

“A Taça das Favelas é uma competição que procura gerar oportunidade para os meninos da periferia terem, quem sabe, a possibilidade de integrar a base de uma dos clubes do estado e ao mesmo tempo gerar uma integração social. Sabemos que durante a pandemia o futebol e o esporte em geral foi muito prejudicado, as pessoas não podiam disputar competições e praticar esportes de uma maneira geral”, frisou.

Breno Cardoso – Presidente da Cufa Go (Foto: Pedro Rabelo)

Devido a pandemia do novo coronavírus, a Taça das Favelas não foi realizada em 2020. Portanto, a edição marca o reinício das atividades esportivas nas periferias. Em 2019, a equipe do Parque Atheneu se sagrou campeã da competição.

“Nesse momento, consideramos a competição como a retomada do esporte nas periferias, porque esses moradores não viveram o isolamento social só durante a pandemia, as periferias sempre viveram isoladas, em relação ao acesso dos serviços básicos e as oportunidades”, salientou Breno Cardoso.

O presidente da Cufa Go ressaltou que 20 mil atletas participaram das peneiras realizadas nos dias 11 e 12 de outubro. Destes 20 mil atletas, seis mil foram selecionados e estão participando da competição. Breno Cardoso disse que a realização da Taça das Favelas só é possível com o apoio das prefeituras.

“A Taça das Favelas é uma mobilização social através do esporte. Então não adiantaria nós fazermos uma competição com equipes de periferia e cobrar taxa de inscrição, arbitragem, tudo mais que esses campeonatos cobram. Mas os árbitros trabalham, os espaços são pagos, precisa-se de recursos para realizar um campeonato da grandeza das Taças das Favelas. Essa competição acontece através do fomento das prefeituras de Goiânia e Aparecida. Goiânia através de emendas positivas de alguns vereadores e Aparecida através da prefeitura”, frisou.

No próximo final de semana acontecerá a abertura da cidade sede de Aparecida, no centro Olímpico do município. O CT do Goiás no Buriti Sereno, também será sede dos jogos em Aparecida de Goiânia. Vale ressaltar que as equipes de cada cidade se enfrentam entre si e as classificadas entram na fase mata-mata contra os times das outros municípios.

As semifinais serão realizadas no estádio Aníbal Batista de Toledo, em Aparecida. A grande final, no dia 11 de dezembro, será disputada no estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia.

Para Breno Cardoso, a Taça das Favelas resgata a essência do futebol brasileiro, com as jogadas típicas do esporte praticado nas ruas ou nos tradicionais campos de terra, o famoso ‘futebol de terrão’

“O futebol é uma linguagem universal. Se você quer movimentar alguma coisa, o futebol talvez seja a maior ferramenta para fazer isso. Acreditamos no esporte como ferramenta para mobilizar, trazer ressignificação para os territórios, dar oportunidade e promover a inclusão social”, finalizou.