Em março, início da pandemia do novo coronavírus em Goiás, a taxa de reprodução, chamada de taxa R, que mede quantas pessoas são contaminadas por quem está com a covid, era em torno de 3 (um contaminava três). Essa taxa caiu para média de 1,5 durante o período de isolamento social, mas voltou a subir novamente depois que as atividades econômicas estão quase todas normalizadas no Estado.

“O R está em torno de 3, variando por regiões. Em Rio Verde, onde teve um surto, ela é menor”, confirmou o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, em entrevista à Sagres nesta segunda feira. De acordo com nota técnica da Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgada dia 8, a taxa R de Rio Verde chegou a 6 no auge do surto, mas caiu para 0,77, o que indica que a doença está sob controle no município.

No entanto, os números do Estado seguem ritmo diferente. O número de casos de covid continuam crescendo a uma média alta e bateu a marca de 100 mil na sexta-feira (15). Em apenas 24 dias, o registro dobrou, saltando de 50.915 em 23 de julho para os 101.043 registrados na sexta-feira.

O secretário de Saúde explicou que a taxa R, já era um movimento esperado, porque depois que a pandemia atingisse a curva exponencial o período de se dobrar o quantitativo de casos diminuiria. “Nós tivemos de 30 dias, de 15 dias, de 10 dias, de uma semana e até menos que isso”, disse. “Ele não comporta da mesma forma nas regiões, tem regiões que tem o adensamento demográfico menor, talvez esteja abaixo de 3, mas nas regiões com grande adensamento demográfico, como região metropolitana de Goiânia, Entorno do DF e Rio Verde está diminuindo”.

As mortes provocadas pelo coronavírus na primeira quinzena de agosto aumentaram 53%, em relação aos registros do mesmo período em julho. Foram 406 mortes contabilizadas em julho contra 623, em agosto. Ismael Alexandro explicou que os números mostram que o Estado está no platô de contaminações platô, porém um platô alto. “Atingimos no final de julho o pico, de lá pra cá a gente tem mantido um número significativo por dia de óbitos, de internação há uma tendência de estabilização e queda, e de contaminados, como era de se esperar, tem aumentado”, disse.

Segundo o secretário, enquanto o número de casos de contaminados estiver crescendo, dificilmente haverá diminuição significativa dos números de óbitos diários. “O número de casos aumentando de forma exponencial, é natural que isso reflita nas internações e isso se reflita em óbitos. Então deixando claro, enquanto o número de casos estiver crescendo exponencialmente por dia, dificilmente teremos uma diminuição significativa”.

Sobre a taxa de ocupação de leitos, Ismael Alexandrino afirmou que o Estado ficou duas semanas inteiras diminuindo dia a dia, chegando a 87%. Na sexta-feira e no sábado teve um aumento, e no domingo começou a diminuir de novo. “Nesse momento estamos com quase 84% de taxa de ocupação, chegamos a quase 87%. Nós vinhamos em duas semanas de quedas diárias, na sexta teve esse aumento, um aumento que coube dentro da nossa rede, ninguém ficou desassistido, mas tivemos dois dias para nos mostrar que não foi superado e não devemos nos acomodar”, ressaltou.