O grupo brasiliense Teatro do Concreto traz a Goiânia uma coletânea de trabalhos que marcaram a trajetória da companhia, criada em 2003. De 27 a 31 de janeiro, o grupo apresentará diversas propostas que refletem sobre temas que afligem o homem contemporâneo e exploram novas possibilidades de composição da cena teatral.

O grupo é profundamente identificado com a cidade de Brasília e com as possibilidades de diálogo que o seu significado simbólico e real possibilita. Entre as principais características do Teatro do Concreto, destacam-se a criação por meio do processo colaborativo, a construção de dramaturgia própria e as investigações em espaços urbanos.

Entrada Gratuita

Toda a programação apresentada em Goiânia será gratuita. Essas ações serão possíveis graças a dois prêmios da Fundação Nacional de Artes (Funarte): o Prêmio Myriam Muniz, que está viabilizando a circulação do espetáculo Diário do Maldito, e o Prêmio Artes Cênicas na Rua, que viabilizará a realização de duas intervenções cênicas nas ruas de Goiânia, em parceria com um grupo de teatro local.

Programação

A programação trazida a Goiânia é pautada pela diversidade de propostas que serão apresentadas ao público da capital goiana. O espetáculo Ruas Abertas, por exemplos, é uma intervenção cênica no espaço urbano, em parceria com o grupo goianiense Solos de Baco. As apresentações ocorrem nos dias 27 (quarta-feira, às 18h) e 28 (quinta-feira, às 12h), nas Avenidas Tocantins e Anhanguera, e Avenida Goiás com Rua 3.

Também na quinta-feira, às 20h, será realizada a leitura dramática Inútil Canto e Inútil Pranto pelos Anjos Caídos, no Teatro Yguá do Centro Cultural Martim Cererê. A leitura narra os últimos momentos da vida de 25 homens enclausurados numa cela de presídio e que morrem queimados durante uma rebelião. A obra é inspirada em fato verídico ocorrido em Osasco, São Paulo. O texto do dramaturgo Plínio Marcos, publicado em 1977, guarda profunda relação com as questões carcerárias no Brasil, mantendo sua atualidade na crítica ácida ao sistema prisional 30 anos depois de seu lançamento.

Nos dias 29, 30 e 31 (sexta, sábado e domingo), o grupo apresenta o espetáculo Diário do Maldito, também no Teatro Yguá. Na sexta, às 21h; no sábado em dois horários, às 19h e 21h, e no domingo às 20h. Diário do Maldito, que estreou em 2006, é resultado de dois anos de pesquisa sobre a vida e a obra do paulista Plínio Marcos, um dos maiores expoentes da dramaturgia nacional. O escritor incorporou o tema da marginalidade na cena brasileira em textos de desconhecida violência.

No dia 31, às 14h30, a companhia brasiliense realiza uma edição do Teatro em Debate, um encontro com grupos locais. O encontro também será realizado no Teatro Yguá.