O governo federal decidiu cancelar no final da tarde desta terça­-feira (27) a licitação que previa a compra de alimentos de alto padrão para abastecer o avião do presidente Michel Temer, com gastos que ultrapassavam R$ 1,7 milhão.

A repercussão dada pela imprensa em relação aos alimentos contidos no cardápio aéreo de Temer como sorvetes de marcas famosas, sucos, pães especiais, refeições com direito a entrada, prato principal e sobremesas, cápsulas de café, sanduíches, entre outros, foi negativa.

No Twitter, o ministro da Casa Civil Eliseu Padilha disse que houve “orientação presidencial” para o cancelamento da licitação que ocorreria em 2 de janeiro, e definiria a empresa que ficaria responsável pelo serviço de bordo do avião presidencial por um ano.

O edital previa a compra de mais de 170 itens, entre eles, cinco tipos de sorvetes e outros cinco sabores de picolés. Só com sorvete premium da marca estadunidense Häagen Dazs, o governo gastaria R$ 7,5 mil em 500 potes de 100 gramas cada. Seriam mais R$ 21 mil em 1,5 mil litros de água de coco, outros R$ 18,3 mil em 5 mil cápsulas de café expresso, e mais de R$ 96 mil em uma tonelada e meia de torta de chocolate. Haveria ainda sanduíches de mortadela a R$ 16,45 a unidade, dos quais 500 já teriam sido encomendados pela Presidência. Também na lista, sanduíches de atum e do tipo misto, com queijo e presunto, além de sal do Himalaia, do tipo rosa. A informação foi antecipada em coluna do Jornal O Globo.

Almoços e jantares que seriam servidos no avião custariam até R$ 167 cada, com entrada, prato principal e sobremesa. O cardápio incluía medalhão do tipo filé, cordeiro assado ou supremo de frango grelhado, com acompanhamentos. Cada café da manhã chegaria a até R$ 96 e teria iogurte tipo grego, frutas da estação em cubos, frios fatiados, pães e um prato principal (omelete, quiche, beirute ou outros).

Havia também itens da cozinha árabe, como quibe e esfirras, típicas da região do presidente. Outros salgados com empadas complementavam o vasto cardápio que seria oferecido a Temer e seu acompanhantes nas viagens a bordo do avião presidencial.

Em nota à imprensa, a Presidência afirmou que Temer tomou conhecimento da licitação assim que voltou de compromisso esta manhã em Maceió e “determinou seu imediato cancelamento”. “A determinação presidencial é de que também este serviço tenha seu preço reduzido em relação ao que vinha sendo praticado anteriormente. A mesma instrução vale para todas as aeronaves que servem ao Governo Federal”, destaca o texto.