Servidores da Saúde devem chegar no trabalho entre 7h e 8h da manhã, de acordo com decreto (Foto: Johann Germano/Sagres On)

Com o objetivo de reduzir o número de passageiros nos horários de pico do transporte coletivo em Goiânia, a Prefeitura decretou ontem (28) o escalonamento do funcionamento de diversos serviços e empresas. Servidores da Saúde, por exemplo, segundo o documento, deverão chegar no trabalho entre 7h e 8h da manhã.

A diretora de Qualidade da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Jaqueline Lopes Rodovalho, defende que haja a flexibilização, mas afirma que a associação não foi procurada pela Prefeitura para tratar do escalonamento. 

“Nós temos escala no administrativo, em sua maioria, 8 horas de trabalho. Na área assistencial, que está em contato direto com o paciente, nós temos escalas de 6 horas, de 8 horas e de 12 horas de trabalho. Então fica difícil poder organizar isso, até mesmo impossível, de acordo com a escala da Prefeitura”, afirma. 

Segundo a diretoria, a associação não teve o espaço para sugerir medidas que atendessem a todos os servidores em atividade e que precisam do transporte coletivo para se deslocar de casa para o trabalho.

“Como a gente tem a vivência do que acontece realmente na operação na Saúde, a gente levaria informações e com certeza o trabalho ficaria melhor, as escalas mais coerentes do transporte público mais adequadas à necessidade principalmente dessa classe de trabalhador que hoje está tão necessária, à frente de toda essa pandemia”, avalia.  

Atualmente ão mais de 7 mil trabalhadores diretos empregados em 33 instituições de saúde ligadas à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás que, segundo a diretoria, não tem condições de oferecer trasporte alternativo para todos.

“É muito difícil para nós garantirmos transporte alternativo como táxi, por exemplo, a todos. A gente não tem uma viabilidade econômica nesse sentido. Aqueles que moram perto vão tentar carona, a gente vai tentar organizar burocraticamente dentro do que a legislação permite em termos de bancos de horas, horas extras, um colega esperando o outro para cobrir, para ter menos impacto possível. É muito difícil falar que não terá impacto. Terá um impacto grande”, conclui.

A reportagem do Sagres Online entrou em contato com a Prefeitura de Goiânia, e foi direcionada para a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC). De acordo com o presidente da CMTC, Benjamin Kennedy, no caso da Ahpaceg, os estabelecimentos se enquadram naqueles autorizados a funcionar durante 24 (vinte e quatro) horas, e que segundo o decreto, não se aplica a recomendação prevista para o escalonamento, “ficando recomendado que as trocas de turnos ocorram de maneira a não sobrecarregar o transporte público” e “preferencialmente fora dos horários de pico”, como diz o documento.

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