SANDRO MACEDO
SÃO PAULO, SP (FOLHARPESS) – Para quem já está com saudade daquele clima gostoso de Copa do Mundo, uma boa notícia, não será preciso esperar três anos e meio por uma competição do estilo. Em julho de 2023, começa a Copa do Mundo de futebol feminino, com sede na Nova Zelândia e na Austrália –mais longe ainda do que o Qatar.
No Qatar, aliás, a seleção australiana masculina conseguiu uma surpreendente vaga para as oitavas de final, deixando para trás na fase de grupos a queridinha Dinamarca. A classificação rendeu festas agitadas madrugada adentro nas ruas de cidades australianas. Portanto, é de se imaginar que a torcida local vai comprar a seleção.
As moças da Austrália têm chance de surpreender ainda mais que os rapazes. Na edição mais recente da Olimpíada, em Tóquio, a equipe da Oceania empatou com a badalada seleção dos Estados Unidos na fase de grupos e eliminou a também favorita Inglaterra nas quartas de final. Terminou o torneio em quarto, após enfrentar novamente as norte-americanas e perderem por 4 a 3 a disputa do bronze.
E na última Copa do Mundo, em 2019, foi a Austrália quem venceu o Brasil, na fase de grupos. A derrota empurrou a seleção de Marta e Formiga para o confronto contra a França, que também era anfitriã. A derrota por 2 a 1, na prorrogação, causou a eliminação das brasileiras, que na época ainda eram treinadas por Vadão.
A derrota em 2019 provocou o famoso e emocionado discurso de Marta. “A gente tem que chorar no começo para sorrir no fim. Quando eu digo isso é querer mais, treinar mais, se cuidar mais. É estar pronta para jogar 90 e mais 30 minutos, quantos minutos for. É isso que eu peço para as meninas, não vai ter uma Formiga para sempre, não vai ter uma Marta para sempre, não vai ter uma Cristiane, e o futebol feminino depende de vocês para sobreviver.”
Após o Mundial, a CBF contratou a sueca Pia Sundhage para iniciar o novo ciclo.
Quem sabe a energia contagiante de Messi, que só em sua última Copa (será?) conseguiu erguer o troféu, não passe agora para Marta? A brasileira, seis vezes eleita a melhor do mundo, já levou a seleção à final, mas ainda não conquistou o título –e como Cristiano Ronaldo (aliás, antes dele), Marta tem gol em cinco Copas.
Aos 36 anos (estará com 37 durante a competição), a principal jogadora da história do Brasil vem de temporada acidentada, se recuperando de uma operação no joelho, e espera estar pronta para a competição.
Esta será a primeira Copa com 32 seleções e o caminho das comandadas de Pia já está traçado. As brasileiras estão no Grupo F, com França (cabeça de chave), Jamaica e uma seleção que virá de uma repescagem. O Brasil estreia no dia 24 de julho justamente contra esta quarta equipe, em Adelaide. Os dois primeiros se classificam.
A chave do Brasil cruzará nas oitavas de final com o Grupo H, formado por Alemanha, Colômbia, Marrocos e Coreia do Sul.