O período de inscrições no edital do Bolsa Atleta 2021 entra em sua reta final e termina nesta segunda-feira (15). Este ano, foi implementada uma inovação tecnológica e todo procedimento de envio de documentação passou a ser on-line. O objetivo é garantir mais agilidade a todo o processo de adesão ao programa. As inscrições tiveram início em 26 de janeiro e até a meia-noite da última segunda-feira (8), 6.255 atletas de todo o país já haviam efetuado as inscrições.

O programa conta com cinco categorias de benefícios: atleta de base, com valor mensal de R$ 370, Estudantil (R$ 370), Nacional (R$ 925), Internacional (R$ 1.850) e atleta olímpico/parailímpico (R$3.100). Cada uma tem seus próprios pré-requisitos, como ter no mínimo 14 anos de idade, estar vinculado a um clube e filiado a uma federação e a uma confederação, além de ter participado de competição elegível e obtido até a terceira colocação (modalidades individuais) ou sido eleito entre os melhores atletas (modalidades coletivas). Os pré-requisitos de cada categoria de bolsa estão listados no site do Ministério da Cidadania.

Já foram 360 inscritos na categoria estudantil, 240 na categoria de base, 4.270 na Nacional, 1.057 na internacional e 328 na categoria olímpico/paralímpico. Atletas das 27 unidades da Federação já se inscreveram e São Paulo foi quem mais realizou inscrições, com 2.157 atletas, seguido de Rio de Janeiro (758), Paraná (541) e Santa Catarina (420). Dos 6.225 inscritos, 3.544 são homens e 2.711, mulheres.

Ao todo, atletas de 94 modalidades, entre olímpicas e paralímpicas, já efetuaram as inscrições. O atletismo lidera, com 436 inscritos, seguido pelo atletismo paralímpico (411), natação (274), handebol (270), judô (249), rugby de 7 (230) e natação paralímpica (199).

A expectativa é de que 2021 seja um ano histórico. “Até aqui, o ano de 2019 foi o que registrou o recorde de beneficiários do Bolsa Atleta em modalidades olímpicas e paralímpicas. Naquele ano, 6.357 atletas receberam o benefício. Para 2021, a expectativa é de quebrar esse recorde. Já temos mais de 6,2 mil inscritos e como ainda temos uma semana pela frente até o fim do prazo de inscrições, acredito que podemos superar o recorde de atletas beneficiados”, afirma o secretário Especial do Esporte, Marcelo Magalhães.

“Estamos muito felizes com os resultados do edital deste ano”, diz Bruno Souza, secretário nacional de Alto Rendimento (SNEAR). “O novo sistema funcionou e foi bem aceito por todos os atletas. A partir deste ano, com essa inovação tecnológica, o Bolsa Atleta entra em uma nova fase e fica mais eficiente. Isso dará mais agilidade ao programa e quem ganha lá na ponta são os atletas”, prossegue.

O programa

Bolsa Atleta é um dos maiores programas de patrocínio direto ao atleta do mundo e apresenta resultados fundamentais para o esporte brasileiro. Desde a criação, em 2005, já foram concedidas mais de 69,5 mil bolsas para 27 mil atletas de todo o país. O valor destinado pelo programa desde sua implantação supera a marca de R$ 1,2 bilhão.

A previsão orçamentária para o Bolsa Atleta em 2021 é de R$ 145 milhões, a maior desde 2014 e superior, inclusive, ao investimento no programa em 2016, ano dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, que foi de R$ 143 milhões.

A importância do Bolsa Atleta pode ser medida nos Jogos Rio 2016. Na edição olímpica, 77% dos 465 atletas convocados para defender o Brasil eram bolsistas. Das 19 medalhas conquistadas pelos brasileiros – a maior campanha da história -, apenas o ouro do futebol masculino não contou com bolsistas.

Já nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o Brasil teve a maior delegação da história, com 286 atletas, sendo 90,9% bolsistas. Foram 72 medalhas conquistadas, em 13 esportes diferentes: 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes, além de 99 finais disputadas. Todas as medalhas foram conquistadas por atletas que recebiam o apoio da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

No ciclo para os Jogos de Tóquio 2020, a força do Bolsa Atleta ficou clara mais uma vez nos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de Lima 2019, no Peru, o maior evento multiesportivo antes dos Jogos no Japão para os atletas brasileiros.

No Pan, o Brasil protagonizou sua melhor campanha da história. Foram 171 medalhas, sendo 55 de ouro. Com isso, o país voltou a terminar em segundo lugar no quadro de medalhas, o que não acontecia desde 1963, na edição dos Jogos realizada em São Paulo. Dos 485 atletas originalmente inscritos pelo Comitê Olímpico do Brasil para o Pan de Lima, 333 eram bolsistas. Do total de pódios conquistados, 141 vieram com atletas beneficiados pelo programa.

No Parapan, o Brasil protagonizou um resultado histórico e chegou ao topo do quadro de medalhas com 308 pódios. Foram 124 medalhas de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Do total de medalhas, 287 (93,18%) foram conquistadas por atletas contemplados pelo Bolsa Atleta.